Emurchecidas nuvenzinhas pairam
Nas azulezas do profundo véu,
Iguais a limbos que mirrados tombam,
Como trombetas anunciando o bréu.
Das alvas chispas que alto rutilam
No chamejante, flavo fogaréu;
Surgem negreiras sombras que inundam
De vaga-lumes sideráis, o céu.
Uma pavorosa solidão me chega,
Estilhaçando minh’alma sombria
Que, tão lacrimosa, se curva e chora.
Andarei por esta noite fria,
Procurando onde a realidade mora,
Até o findar de minha sinfonia.
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