Anelo sentir meus lábios nos teus, assim como deseja o Beija-Flor em encontrar a mais bela e adocicada flor dos jardins do amor.
Mesmo como o Mar, triste e solitário, espera anciosamente o nascer da aurora; na interminável esperança de naufragar os barcos da saudade, tocando a face de sua amada Lua; anceio, com todo fôlego da alma, o alvorecer do dia em que estaremos juntos, para sempre.
O vento caminha por campos floridos; procurando, talvez, alguém que lhe aqueça o coração em noites frias e resfrie-lhe a alma em tardes ensolaradas; do mesmo modo, lançar-me-ei nos horizontes da vida, descendo profundos vales e subindo colossáis montanhas, na busca por conquistar as ternuras do teu abraço e a doçura dos teus beijos.
Restará que se nalguma manhã achares que acinzentada tornara-se a luz dos olhos meus e não mais encontrares deleites em minhas carícias, vai-te!
Sigas teu caminho, uma vez que teu corpo não é cativo do meu tampouco teus olhos são canários, um dia encarcerados pelos meus!
Tão somente, pertences ao céu noturno, pois é lá o assento etéreo das labaredas celestiais; pois é lá a morada do brilho dos olhos teus, duas estrelas candentes.
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