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CIRCO DE HORRORES
OS CORREDORES DA POLÍTICA
Tércio Sthal

CIRCO DE HORRORES

'Do fazendeiro é o bezerro e a mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'

Espera! Tem gado de todas as eras,
e até quando nós estaremos a dizer amém?

Que não suporta ofensas conheço alguém,
que não deseja a morte, nem matar ninguém,
que prefere omitir-se e não testemunhar
nada mais, nada menos,nem o mal, nem o bem.

Conheço quem controla a náusea,
mas enojado continua,
entre goles de vinho ou de cerveja,
entre um e outro cigarro,
em casa, no bar, ou na rua.

'Do fazendeiro é o bezerro e mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'


Vejo filhos abandonados por suas mães,
esquecidos e sem nenhuma oportunidade,
vejo outros bem cuidados filhos da mãe,
aprontando tantas das suas pela cidade.

Vejo policiais, seguranças e guardas,
guarda costas a pé e também em autos,
de olho na movimentação das pessoas
para que estas não sofram sobressaltos.

"Do fazendeiro é o bezerro e a mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'

Nos corredores dos Palácios,
bobos da corte e lacaios,
lobistas, gatunos e gaiatos,
parasitas estufando o peito,
a galhofar ora por empáfia,
ora por desídia, ora por despeito.

Alguns vassalos e trombeteiros
trabalham arduamente o tempo inteiro
a convencer, e bem depressa,
multidões ansiosas por ver e ouvir
o que bem lhes interessa.

'Do fazendeiro é o bezerro e a mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'

Contra as paredes,
ou assentados no passeio público,
a mendigar o pão, e sem condições
pessoas desapontadas
que praguejam e vociferam maldições.

'Do fazendeiro é o bezerro e a mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'

Surgem alguns inconformados,
desajeitados gladiadores
voluntários com chama acesa,
sem definir boas estratégias
e táticas de ataque e defesa.

E nos corredores dos Palácios,
velhacos e bajuladores,
aproveitadores e ladrões,
demagogos e charlatães de plantão
a criar bons discursos
para convencer os cidadãos.

'Do fazendeiro é o bezerro e a mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'

A claque ensaiada entra em ação,
e aplaude a quem discursa, efusivamente,
os mimos, ou o suborno, já está na mão
aquecendo as suas vidas constantemente.

'Do fazendeiro é o bezerro e a mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'

Mas há quem lute contra a corrupção,
contra os oportunistas fanfarrões,
os traidores do povo, espertalhões,
e delapidadores dos bens da nação.

Contra os grandes e gordos porcos,
porcos de engorda e mimados leitões,
contra os leiloeiros dos laranjas
que são servidos ao molho pardo,
à caráter, sem farpas e sem senões.

Contra os que ungem-se
e cortejam-se mutuamente
com a ambição de permanecerem
no poder continuamente,
Como se fossem um bando
de gansos famintos atacando os grãos,
ou como famintos gaviões
com garras afiadas atacando os pintos.

'Do fazendeiro é o bezerro e a mãe
do fazendeiro é o pai do bezerro também'

Mas tem muita gente a mendigar
e a cortejar políticos indignos
que tem a ousadia de ameaçar
os dignos trabalhadores honestos
quando estes estão a questionar.

Era assim, ainda é, e acabou sendo,
Vamos juntos refazer tudo; refazendo...







Biografia:
Tércio Sthal, Natural de Tupã, SP, Poeta e Escritor, MBA em Gestão de Pessoas, Cadeira de nº 28 da Academia Nacional de Letras do Portal do Poeta Brasileiro, com publicações em coletâneas da Shan Editores, Autor de a Cidade das Águas Azuis e O Menino do Dedo Torto, Do Abstrato ao Adjacente, Inferências, Referências e Preferências em http://bookess.com e Lâminas e Recortes em Widbook.com
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