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Concurso Talentos da maturidade |
A luta continua |
Alexandru Solomon |
Resumo: Concordo que um peso mosca não deva subir no ringue para medir forças com o George Foreman. |
O concurso Talentos da maturidade, promovido pelo Banco Santander, que o herdou do banco Real, chegou ao fim. Participei na modalidade literatura, e devo ter me colocado em algum lugar entre o sexto e o milésimo - já que apenas 5 trabalhos por modalidade foram premiados.
Como comentário final, não vejo motivo para que a competição se restrinja a participantes ao menos sexagenários. Lembro-me bem da minha contrariedade aos 59 anos por não poder participar. Não se trata de uma prova atlética, então por qual motivo segregar por idade? É o tipo de discriminação positiva que não acrescenta muita coisa. Só falta imaginar concursos literários para deficientes auditivos ou para pessoas acima (ou abaixo) de 90 quilos. Concordo que um peso mosca não deva subir no ringue para medir forças com o George Foreman. Mesmo hoje, correria o risco de levar uma pancada com a famosa frigideira - o que seria melhor do que um soco vindo dele. No entanto , no caso de um concurso literário, isso não faz sentido. Não vejo com simpatia esse tipo de convite tipo 'canto do cisne', ou "eles ainda tem muito para contar".O QUE NÃO É O CASO, NEM A INTENÇÃO DOS ORGANIZADORES - suponho. No Cid de Corneille há a réplica famosa: La valeur n´attend point le nombre des années....o valor ( no sentido que o autor quis dar) não espera a idade. Surgiu, posteriormente, uma variante engraçada " La valeur ne craint point le nombre des annés" - ou seja, o valor não teme a idade.
Li depoimentos emocionados de pessoas agradecendo a oportunidade de participar, como se a partir dos 60 todas as portas estivessem fechadas, menos essa. Como diria o filósofo contemporâneo Paulinho da farsa, seria esse um certame de 'gagás'? Levante a mão quem achar que sim.
Uma vez escrevi a respeito das exclamações bobas do tipo...."ele tem apenas 7 anos e já...".com a recíproca 'ele tem 72 anos e ainda...' .Fiquem a vontade para substituir as reticências com tolices que seguramente já devem ter ouvido.
Isso quanto à filosofia da competição. O modus operandi não merece críticas, apenas elogios.Prova disso é a quantidade de participantes, o que deve ter tornado infernal a tarefa dos jurados.
Como sugestão- impossível não dar palpites, mesmo que seja de um perdedor -:Que tal publicar uma classificação geral, já que todos os trabalhos ao passar pelo crivo dos jurados levaram uma nota, ou se o critério tenha sido parecido com o modelo empregado atualmente na Fórmula 1, houve peneiradas sucessivas, até chegar à última.
Muito grato e (quem sabe) até a próxima edição!
Os interessados em conhecer meu conto A luta continua poderão acessar o site www.talentosdamaturidade.com.br, ou aguardar meu póximo volume de contos.
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Biografia: Alexandru Solomon nasceu em Bucareste (1943), mas vive no Brasil desde os 17 anos. Ao lado de uma sólida carreira empresarial, de uns tempos para cá passou a se dedicar a uma nova paixão: a literatura. Através da sua escrita nunca deixa o leitor indiferente. Um contador de histórias na velha tradição, empregando recursos que vão mostrar ao mundo em que vivemos, algo que pudesse estar perdido. Preparem-se, portanto, para uma surpresa que virá atrás da outra. Pois, Alexandru Solomon, além de humor, vai mais fundo.
Autor de ´Almanaque Anacrônico`, ´Versos Anacrônicos`, ´Apetite Famélico`, ´Mãos Outonais`, ´Sessão da Tarde`, ´Desespero Provisório` , ´Não basta sonhar`, ´Um Triângulo de Bermudas`, ´O Desmonte de Vênus`, ´Bucareste` (contos e crônicas) e ´Plataforma G`, além de vários prêmios nacionais e internacionais por sua escrita. |
Este texto é administrado por:
Celso Fernandes
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Publicações de número 11 até 20 de um total de 178.
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