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As pessoas querem ser livres
Cantam aos quatro cantos -liberdade!
-as asas que não têm.
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Querem ter asas, querem ser livres.
Gostariam de ser passarinhos.
Gritariam ao mundo que têm asas
mas seriam passarinhos de gaiola,
passarinhos dos mesmo cantos
sem vitória.
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É mais seguro
tem alpiste e sombra,
não tem predador nem chuva,
tem mamão fresco e olhares.
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A morte certa que um dia vem
para nós humanos de todas as formas,
para os passarinhos de gaiola
seria de velhice.
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Ah vida longa!
Mas que vida?
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Ah se eu fosse passarinho…
Meu canto seria outro,
de lá de cima da árvore
acordaria a vizinhança,
incomodaria as minhocas,
atrapalharia o fluxo das formigas.
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Me perderia do grupo
Encontraria outro
talvez para ser líder
talvez pra me perder de novo,
até encontrar o meu lugar
até me encontrar.
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Não teria rota
Não teria rumo
Abandonaria trajetórias impostas
e voaria sozinha pra me conhecer.
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Ah se eu fosse passarinho…
voaria alto,
voaria longe,
voaria baixo,
tomaria banho na areia,
e se a morte certa que um dia vem
quisesse me levar
eu poderia morrer na boca do gato
eu poderia morrer de pedrada de estilingue
mas feliz morreria por de ter vivido sem limite.
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Ah vida dura!
Isso é vida!
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