O trabalho, na atualidade, reveste-se de muitos significados, dependendo da ciência que o traz como enfoque: Biologia, Física, Ciências Sociais, dentre outras.
As várias escolas clássicas da teoria social encontram na categoria trabalho o elemento central para a compreensão das sociedades contemporâneas, compreendidas como “sociedades do trabalho”. É definidas em Marx, Durkheim e Weber.
O reconhecimento da relação entre saúde e trabalho são antigos na historia, mudando apenas a forma de apreender esta relação e o modo de lidar com ela. Observa-se que somente considera nos campos de investigação e intervenção a comparação existente entre si e quando seus efeitos se tornam lesivos aos interesses da produção ou geram conflitos e resistências por parte dos trabalhadores. (GOMEZ et al, 1992).
O processo de transformação da natureza feita pelos homens acarretou conseqüências para saúde, sofrendo grandes modificações no decorrer da história até chegar ao capitalismo que vivenciamos. Desde a antigüidade podem-se encontrar relatos de doenças advindas do trabalho. Os escritos de Hipócrates sobre a intoxicação saturnina em um mineiro possibilitaram estabelecer o sentido com a atividade laboral. Mas, já naquele momento a relação saúde-doença-trabalho não faziam parte das preocupações dos estudiosos da época, uma vez que a força produtiva era, em sua maioria, de escravos.
A idade média fora marcada pelo valor atribuído aos metais preciosos, fomentou observações quanto ao estado de saúde das pessoas envolvidas na extração mineral (MENDES, 1995).
A importância atribuída aos metais prolongou-se por outros períodos históricos perpetuando os riscos à saúde. Desta forma, na idade moderna encontramos relatos de Georgius Agrícola (1556), que após o estudo de aspectos relacionados à extração e fundição de metais, destaca a “asma dos mineiros, cuja descrição dos sintomas e a rápida evolução sugerem tratar-se de silicose, eventualmente acompanhada de câncer de pulmão” (MENDES, 1995).
Em 1700 foi publicado o livro de Bernardino Ramazzini cujo título, “De Morbis Artificum Diatriba”, obra fundamental para a patologia do trabalho, onde são descritas as doenças que ocorrem em 50 diferentes ocupações da época. Ramazzini propõe, acrescentar-se às investigações médicas o questionamento sobre a ocupação (MENDES, 1995).
Entre 1760 e 1850 desenvolveu-se a fase histórica que se tornou mais evidentes as conseqüências das más condições de vida e trabalho à saúde, pois neste período ocorria a Revolução Industrial, estabelecendo uma maior abrangência no modo de produção capitalista, foi produzido uma alteração profunda nas relações homem-natureza e homem-homem. Neste modelo apenas um grupo da sociedade apropria-se dos meios de produção, em detrimento da maioria que possuía parte de seu trabalho revertido em mais valia.(MENDES, 1995).
No processo de trabalho onde o uso de maquinaria é hegemônico, dá-se a substituição das ferramentas artesanais e da força humana pelas máquinas.
A inserção diferenciada nos processos produtivos determina formas desiguais de adoecer, portanto acrescentam uma carga de maiores riscos à saúde. Além, daqueles compartilhados entre a população em sua grande maioria, submetida às mesmas condições de vida. Dentro dos seus respectivos ambientes de trabalho, suas condições de organização provocam situações que determinam cargas diversas e sobrecargas aos trabalhos, quer em conjunto e/ou individualmente.
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