M. V. tem 53 anos, é do sexo feminino, mora sozinha na cidade de Muriaé- MG, tem 4 filhos e recentemente se tornou viúva. Chegou até o serviço de Terapia Ocupacional da Faculdade de Minas (FAMINAS) pelo fato de ter sofrido um atropelamento enquanto caminhava pelas ruas da referida cidade e ter sofrido fratura bilateral de rádio. Ficou imobilizada durante 4 semanas e após esse tempo procurou nosso serviço.
No primeiro atendimento M. V. trouxe como queixa principal a dificuldade em realizar as atividades da vida diária, já que devido a imobilização ocorreu rigidez por desuso em suas mãos e punhos. Foi aplicado o protocolo de Terapia da Mão que consiste em: redução de edema, liberação cicatricial, ganho de VAM, ganho de força e treino das destrezas e habilidades do indivíduo. No decorrer do atendimento que durou cerca de 5 meses, onde a paciente comparecia cerca de 1 vez por semana, foi observado grande melhora do quadro da paciente, mas mesmo ocorrendo essa melhora, foi observado que havia algo a mais que deveria ser explorado/tratado.
Certo dia M.V chegou muito triste ao atendimento, queixosa de dores no peito, então, o estagiário de Terapia ocupacional presente, fez uma escuta terapêutica, onde a paciente se sentiu confortável e á vontade para relatar o que estava se passando. Foi descoberto que além da queixa das mãos, a paciente se sentia abandonada pelos filhos, mesmo eles morando dentro de sua própria casa. Ela ainda relatou que tinha muito medo de morrer e deixá-los sozinhos já que seu marido havia falecido e não havia com quem deixá-los. No final da seção a paciente se sentiu bem melhor a ponto de demonstrar vontade e interesse em realizar uma atividade para ganho de pinça proposta pelo estagiário.
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