No dia 20 de abril de 2010, às 22h00, explodiu, no Golfo do México, uma plataforma de exploração de petróleo da empresa British Petroleum. Além das mortes de alguns empregados, o mundo assiste uma corrida contra aquele que pode ser tornar, em breve, o maior derramamento de óleo já ocorrido nos Estados Unidos e um dos maiores da história da humanidade. Com certeza não será a última besteira que faremos com o planeta.
Como não existe muita transparência sobre os fatos, estima-se que estão vazando cerca de 20.000 barris de petróleo por dia. Algo acima do aceitável, se é que podemos aceitar qualquer coisa semelhante, e que trará problemas de curto, médio e longo prazo para as espécies marinhas e o meio ambiente.
O que me deixa mais estarrecido é saber que, com toda tecnologia disponível no mundo, com todos os cientistas, com toda a intelectualidade, ainda não sabemos como parar o vazamento. Para que serve toda essa inteligência? Por que autorizaram a empresa a explorar petróleo se ela não sabe responder a uma perguntinha básica: Se vazar petróleo, vocês sabem o que fazer?
A British Petroleum não sabe responder. Tenho certeza de que nenhuma empresa que explora petróleo sabe responder essa simples questão. Por que então os governos deixam empresas que não sabem responder essa simples questão explorar petróleo? A resposta é simples e direta: Ganância e Poder!
A ciência não é verdade absoluta. Quem ainda pensa que é, são os mesmos que comentem acidentes como esse e depois descobrem um monte de desculpas para justificar o erro. O pensamento mecanicista de René Descartes (1596-1650) e trouxe a visão de que o cosmos poderia ser entendido como um relógio. A natureza seria então uma máquina, onde bastava desmontar as peças e entendê-las para compreender o todo. Esta linha de raciocínio foi aceita em definitivo quando Isaac Newton (1643-1727) formulou as três leis da física que descreviam o movimento, e tomou conta das artes, da política e da sociedade. Pessoas que sequer sabem quem foi Descartes e Newton vivem inseridas em uma rotina de vida baseada na perspectiva destes pensadores, onde as "partes" são mais importantes do que o "todo".
Sempre que você ver alguém defendendo a ciência como verdade incontestável, duvide e nunca caia na burrice de acreditar nesta afirmação. Você vai lamentar o resto da sua vida por isso. A ciência é apenas uma visão que podemos ter do fenômeno em si. Existem outras visões e saberes que devem ser levados em conta como demonstra a própria história da humanidade. É óbvio que a ciência é importante. Mas a ciência, do ponto de vista do absoluto, é um ledo engano.
Alguns laboratórios estudam com profundidade o efeito de determinadas ervas utilizadas para cura de algumas enfermidades. Descobrem princípios ativos que ajudam na cura, da mesma forma que os índios sabiam há muito tempo. Esse saber dos índios, embora não estruturado como o saber científico, cumpre com o mesmo objetivo: de aliviar o sintoma de outro ser humano através da utilização de determinado princípio ativo que existe numa determinada planta.
Temos milhares de exemplos de saberes que, embora não considerados científicos, do ponto de vista da academia, são utilizados e cumprem com seu papel de aliviar/curar causas e sintomas: homeopatia, acupuntura e várias outras terapias, somente para citar o campo da saúde.
O distanciamento da natureza humana em desconsiderar que estamos todos interligados como uma teia, fez com que homens, por vezes gananciosos e arrogantes, se deixassem levar a acreditar que a ciência vai resolver tudo sempre. Até hoje, o vazamento de petróleo continua. Cadê os cientistas? Talvez devêssemos perguntar aos índios como parar o vazamento do petróleo. Eles com certeza têm uma palavra interessante para esse desastre.
Xiko Acis
Filósofo & Consultor
www.xikoacis.com.br
Outono/2010.
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