SONHO PRECURSOR
(Inspirado no conto homônimo do livro Intermédio Logosófico, de Carlos Bernardo González Pecotche)
Marco Aurélio Bicalho de Abreu Chagas
Certa vez alguém contou
a seguinte bela lenda:
Sonhei sendo muito jovem
que a forma de pensamento
tomara e na asa do qual
transportei-me ao firmamento.
Fui ao mundo arquetípico,
no ceio da Crianção.
Visitei lindos lugares
em uma só emoção.
Extasiado fiquei
com tanta sabedoria
que em cada um deles achei
plasmada com harmonia.
Por mais de uma vez eu quis
o meu voo poder deter
pra registrar com detalhes
belas imagens reter.
Bem próximo a mim voava
um tal pensamento-guia;
fez-me conhecer segredos
se retornar pretendia.
Disse-me, então: - deverá
conhecer as Leis Eternas,
guardiãs de tais tesouros
dessas regiões mui lindas.
Atendendo à voz das Leis,
evitei que detivessem
o meu voo pelos espaços;
sereno, me mantivesse.
Regressei dessa jornada,
trazendo um acervo imenso
de grande conhecimentos,
guardados com tato e senso.
Pedia quem me guiara
seguir sendo pensamento.
E ele me respondeu:
- isso não posso, lamento!
- pois você deve ser mente;
não pensamento, por certo!
Tudo quanto viu, tocou
e conheceu bem de perto
e admirou, certamente,
acha-se dentro de sua
tão admirável mente.
É verdade nua e crua.
E nesse instante apagou-se
esse sonho sideral,
em seguida tive outro
mil vezes monumental.
Minha mente se iluminava.
A consciência integrada,
com os grandes conhecimentos
apreendidos na jornada.
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