Infelizmente, falar-se de skinheads no mundo atual, inclusive no Brasil, é deparar-se com uma maneira de pensar, que está cada dia mais presente nas nossas escolas, no bairro em que moramos, nas festas que comparecemos, até mesmo na própria família. Há endeusamento geral na internet, inclusive homenagens aos integralistas do passado. Os adeptos à ideologia neonazista se proliferam, sem que percebamos a sua presença. Mas basta que fiquemos atentos às investidas nos debates de alguns grupos, ou de pessoas que jamais imaginaríamos ter tais pensamentos reacionários e as surpresas se sucedem. O mundo parece que involuiu, os jovens em vez de avançarem, estão regredindo nos seus conceitos, com idéias cada vez mais retrógradas e conservadoras. Se não, lembremos do caso Geise, a moça de vestido curto que foi ameaçada na Universidade. Não nos cabe aqui julgar se ela queria mesmo ser assediada, se queria aparecer na mídia, se pretendia posar nua e tornar-se mais uma "celebridade" vazia e transitória dos dias pós-modernos. O problema consiste nesta retomada do conservadorismo, da forma disfaçada e hipócrita da sociedade em se relacionar. Os skinheads ampliaram o seu elenco de ódio, além dos judeus, homossexuais, negros, passaram a ser intolerantes a qualquer diferença, à miséria, à pobreza, aos imigrantes, aos nordestinos, enfim, aos que fogem do paradigma estruturado do senso comum de suas cabeças pouco pensantes. Eles estão aí, agredindo a todos e agredindo-se inconscientemente. Este tema é tratado no meu livro "o eclipse de Serguei", no qual faço o possível para demonstrar o sofrimento e o ódio de um candidato a skinhead, mostrando a sua tragetória e o perfil formado (e deformado) a partir de uma ideologia conservadora e intolerante.
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