Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
MADRUGADA INFIEL
O ASSALTO
Paulo Valença

Resumo:
O operário após largar o trabalho caminha de retorno à casa temendo o assalto que... ocorre!



Salta do coletivo e encaminha-se à rua defronte.
A madrugada vai alta. Melhor se apressar, a violência está grande... Teme sim, ser vítima de um assalto. As residências fechadas, as calçadas sem pedestres. Nenhum carro, ou moto. Um cachorro latindo num quintal próximo. Seus passos ecoam com força dentro do silêncio das horas mortas. A essa hora a Marlene deve está acordada, esperando-o. Preocupada. Boa companheira. Até quando se manterá fazendo “serões?”, para melhorar o ordenado pequeno?
- Um dia, estarei “noutra”.
Sorri com o desabafo em voz baixinha.   E se apressa mais. Adiante à esquerda, a travessa de degraus estreitos entre a mercearia de José e a barraca de Seu Paulo, que o conduzirá a residência.
- Tou chegando.
Novamente a voz em desabafo ao que sente e...
- A carteiras e o relógio “coroa!”.
O sujeito com a arma que reflete o brilho da iluminação do poste vizinho à barraca. Perplexo, trêmulo encaminha a mão direita ao bolso buscando a carteira. Obedecendo, enquanto a outra mão do assaltante com grosseria lhe retira o relógio do pulso. A cena transcorre em segundos e o ladrão com rapidez adentrando na outra travessa à esquerda, desaparece de seus olhos aflitos do medo que ainda o domina.
O cão volta a latir. O vento circula mais frio? Os passos lentos galgam à escadaria.
- Logo comigo. Puta merda!
Agora empurra o portãozinho e cruza o jardim sem flores, maltratado.
- Josias?
- Sim, cheguei.
Então a porta se abre, acolhendo-o.
Ante o rosto sério, fechado, a mulher fita-o, adivinhando...
- Aconteceu alguma coisa?
Sem se voltar, ele responde:
- Aconteceu. Acabo de ser assaltado!
- Mas...
De repente, se calam irmanados no silêncio de não mais falar, pois, as palavras por enquanto, nada solucionam.
- Vou tomar um banho.
- É bom mesmo.
Sozinha, senta-se no sofá próximo e permite então que as lágrimas lavem-lhe as faces.
- Meu Deus e agora?
O apito do guarda-noturno subindo a escadaria. O cachorro latindo... Chora.



Biografia:
Paulo Valença é autor paraibano premiado nacionalmente com seus livros de contos e romances; Pertence a várias Instituições Literárias; Consta de diversos sites; Vive em Recife/PE.
Número de vezes que este texto foi lido: 59451


Outros títulos do mesmo autor

Contos A morte impera Paulo Valença
Contos A morte o espera Paulo Valença
Contos A imagem do demônio Paulo Valença
Contos As mininas do sinal Paulo Valença
Contos O gesto do perdão Paulo Valença
Contos A saudade preservada Paulo Valença
Contos O despertar das imagens Paulo Valença
Poesias Entre lutas e dores Paulo Valença
Contos Após o prazer Paulo Valença
Contos Janelas do tempo Paulo Valença

Páginas: Próxima Última

Publicações de número 1 até 10 de um total de 50.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
RECORDE ESTAS PALAVRAS... - MARCO AURÉLIO BICALHO DE ABREU CHAGAS 62456 Visitas
Fragmento-me - Condorcet Aranha 62132 Visitas
PRA LÁ DE CAIPIRA - Orlando Batista dos Santos 61687 Visitas
RODOVIA RÉGIS BITTENCOURT - BR 116 - Arnaldo Agria Huss 61591 Visitas
LIBERDADE! - MARIA APARECIDA RUFINO 61545 Visitas
Humanizar o ser humano - jecer de souza brito 61038 Visitas
ARPOS - Abacre Restaurant Point of Sale 5 - Juliano 60443 Visitas
Mulheres - Ana Maria de Souza Mello 60387 Visitas
"Fluxus" em espanhol - CRISTIANE GRANDO 60303 Visitas
Arnaldo - J. Miguel 60248 Visitas

Páginas: Próxima Última