Com iniciativas destinadas a pessoas com autismo, cuidadores, das áreas profissionais, técnicas e afins, estudantes, instituições de ensino e universidades, foram promovidas inúmeras ações para celebrar o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, instituído pela ONU em dezembro de 2007.
Na Europa, embora recém-nascido, o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo, teve intensa mobilização, como por exemplo, em Portugal, França e Alemanha, Suécia e Inglaterra, onde federações e associações afins promoveram encontros para os interessados, inclusive patrocinados por iniciativas oficiais e privadas interessadas na área.
É preciso destacar que a voz de milhões de incompreendidos autistas foram ouvidas nesse dia histórico que culminou com a mensagem universal proferida pelo Papa, instando todas as comunidades religiosas e ativistas, a fazer mais pelo autismo em todo o mundo, mesmo que a crise global se aprofunde, e que o Vaticano forneça orientações sobre o modo como as igrejas devem se relacionar com as crianças e adultos deficientes.
E mais...
O presidente dos EUA, em carta divulgada pela Casa Branca, determinou o desenvolvimento de um plano no âmbito da saúde, com o objetivo de garantir a acessibilidade de pessoas com deficiência, oportunidade de emprego, luta contra a discriminação, inclusão de alunos com necessidades educativas especiais, dedicando um capítulo específico para atenção de pessoas com autismo.
Enquanto isso no Brasil...
O presidente da República não pronunciou sequer uma palavra em favor do Dia Mundial da Concientização sobre o Autismo e no Dia Internacional do Deficiente para que principalmente organismos governamentais pudessem se conscientizar, comprometer-se e fazer com que programas de ação conseguissem modificar as circunstâncias de vida dos portadores de necessidades especiais no Brasil, como está acontecendo em todo o mundo.
É compreensível, pois se perguntado sobre tema provavelmente responderá que nada sabia.
O Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo ainda não entrou para calendário oficial.
O ministro continua preocupado com a agenda abortista do Ministério da Saúde, até patrocinando documentário com depoimentos favoráveis à legalização do aborto e mais preocupado ainda, em manter a portaria que impede o repasse de verbas para consolidação dos serviços necessários para o atendimento dos deficientes, autistas ou não.
Numa abordagem dinâmica, manifestações populares celebraram e atraíram a atenção das autoridades para promoverem ações de cuidados à tragédia da síndrome, com fatos de real grandeza como o ensejado pelo Movimento Orgulho Autista Brasil, premiando empreendedores e abnegados no sentido de sensibilizar parlamentares e autoridades governamentais, no encaminhamento de leis e projetos que possam viabilizar melhores condições de vida para o autista.
Embora hoje já possamos agradecer um pouco do que já foi conseguido de leis, decretos e benefícios já em favor do autista, pelo esforço de deputados, senadores e abnegados, embora com inexplicável resistência de parlamentares e até de governador para o seu cumprimento, o autismo inspira e entusiasma, pois motiva para com eles aprender.
Nenhuma forma de quebrar preconceitos é melhor do que tentar entender o autismo, conhecendo autistas e aqueles que os cuidam.
Isso já está acontecendo, mesmo que embrionariamente.
É necessário desfazer a imagem de que o autista ensimesmado é uma tese, pois uma tese só se defende quando se revela sua existência, defendendo seu ritmo, que muitos imaginam não ser possível.
Os avanços na discussão sobre o autismo dependem de pequenas ações particulares.
Podemos repetir a manchete de um jornal que disse: “Só ONGs se lembram dos autistas.”
Ainda que tardiamente, nossos governantes também podem lembrar.
Ainda há tempo e não dói.
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