O tema do dia era a Oração Dominical, aquela que um dia Pedro pediu: Mestre ensina-nos a orar... E Ele nos legou o Pai Nosso não como um pedido a Deus, mas, sim para louvá-Lo.
A expositora dissertava sobre os ensinamentos da benfeitora espiritual Amélia Augusta Sacramento Rodrigues, ditados no livro Trigos de Deus, naquela tarde de reunião na casa espírita onde reinava o perfeito frescor da harmonia, fazendo lembrar o calor do sol da esperança, que um dia aquecerá todas as criaturas como irmãos.
Ela não se limitou em falar dos postulados teóricos de orações reorganizados na paisagem cristã, mas sim se aprofundou nas escolas do pensamento humano, para numa comovedora atualização das leis morais, saciar a sede de informação de todos com informações fidedignas sobre a imortalidade, objeções psíquicas e metapsíquicas do passado, superação de fenômenos do subconsciente, e o envolvimento da evolução perfeitamente definida na Introdução ao estudo da Doutrina no Livro dos Espíritos.
Ela falava da religião cósmica do amor em sintonia com as forças espirituais, a fé racional e a doação total em nome da caridade.
Pensamento, emoção, vontade, traduzem estados dinâmicos do psiquismo humano, que estão diretamente relacionados com o grau de evolução moral e espiritual do homem.
A vida de relação à luz do Espiritismo transcende o tempo e o espaço merecendo meditação mais profunda, capaz de possibilitar o estabelecimento das reações psicodinâmicas decorrentes das múltiplas interações entre o homem e o meio em que vive.
E nos vem de volta o pedido de Pedro, que também não deixa de ser uma prece. Mestre: ensina-nos a orar!
E Ele, amoroso como todo seu legado, nos doou o Pai Nosso, nosso aparelho para fazer a ligação e falar com Deus.
No ato de orar, pensamento, vontade e sentimento, se conjugam num sistema de forças vivas, teledinâmicas, elevando-se o potencial energético-espiritual da psicosfera humana, a qual atinge maior intensidade luminosa e cujo campo vibratório se expande rumo ao infinito...
André Luiz no capítulo XVII de Evolução em Dois Mundos esclarece que “nas reentrâncias e ligações sutis dessa túnica eletromagnética de que o ser humano se engaja, circula o pensamento, colorindo-a com as vibrações e imagens de que se constitui, aí, exibindo, em primeira mão, as solicitações e os quadros que improvisa, antes de irradiá-los no rumo dos objetos e das metas que demanda”.
Na vida de relação, a psicosfera desempenha função importante porque, através dela, os contatos entre as pessoas se estabelecem segundo o princípio de afinidade e sintonias vibratórias.
Vemos então, que através da psicosfera humana, o espírito encarnado ou desencarnado mantém uma ação dinâmica, agindo e interagindo no meio físico ou extrafísico em que atuam de maneira consciente ou inconsciente, segundo suas reais conquistas evolutivas, pois: “somos vistos e examinados pelas inteligências superiores; somos sentidos e reconhecidos pelos nossos espíritos afins; somos temidos e hostilizados; somos amados e auxiliados por nossos irmãos”.
Na visão da ciência moderna, a tradução dos Manuscritos do Mar Morto, projetou uma nova luz e abriu as portas a possibilidades insinuadas no folclore antigo e nos contos de fadas.
Apenas hoje, dois mil anos depois, estão aptos a autenticar a magnitude de um poder que vive dentro de nós, um poder verdadeiro, capaz de pôr termo aos sofrimentos e trazer para o mundo uma paz inextinguível.
No conforto dos lares, onde não predomina a expressão vinda de fora, da ciência ou da filosofia, tudo que temos a fazer é lembrar-se da prece e suas funções.
Ao fazermos isso estamos presenteando a nossa família, nossa comunidade e os que amamos com uma mensagem de vida e de esperança, que transcende as linhas do tempo.
Por meio da prece, a paz pode ser descrita, na verdade, como uma equação, trazendo-a para mais perto da ciência do que julgamos possível.
Em vez de equações com números e variáveis, a lógica, o sentimento e a emoção são os componentes da fórmula da oração.
A beleza da prece está no fato de que não é necessário saber precisamente como ela atua para obter os benefícios de seus efeitos milagrosos.
As preces se tornam vivas quando nos concentramos no sentimento do desejo do nosso coração e não no pensamento do mundo conhecido.
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