Menino ainda, estava apaixonado,
Palavras em papel rasgado, amassado,
Porque faltava coragem de entregar,
De chegar perto, e medo de falar.
Esse menino ficava segundos, horas
Prendendo a mente, pedindo ao ar,
que aliviasse essa pequena flecha,
Que estava em seu coração somente.
Quantos anseios, quantas lágrimas
Quando a via, seu coração parava,
seus olhos brilhavam, rosto corava,
E no desespero, seu temor ficava.
E ela passava, sorria, brincava,
Seus cabelos ao andar balançavam,
Mal sabia, que um pequeno distante
Estava a sonhar, com cortina fechada.
Esse menino cresceu, não falou, esqueceu,
Tornou-se homem, teve outros amores, falou.
Viveu em encontros, desencontros, laços,
Viu, sentiu as folhas secarem, e se perdeu.
Mas o acaso não quiz assim, o menino retorna.
Fica em uma pagina aberta, passa minutos, horas,
escreve, rabisca, faz poesia, apaga a escrita,
e no silêncio sonhado, não mostra, se intimida.
Mas porque esse menino faz isso ainda?
Ela sabe! Ele falou! então porque assim fica?
Então ele, sem dor, com o rosto sorrindo diz:
Apenas voltou o encanto, do meu primeiro amor.
Antonio Ayrton Pereira da Silva
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