O silêncio no pomar é questão de minutos, estou quase inerte a espera do primeiro raio de sol, que fará o despertar das aves, dos animais e dos homens para mais um dia.
Com sua percepção refinada o galo carijó é o primeiro a se manifestar com seu canto estridente, pausado e repetitivo, os pombos, rolas, bem-te-vis e outros saem de entre as arvores , em bandos para seus primeiros vôos matinais. O sabiá em seu vôo solo sai á procura de alimento para a fêmea e seus filhotes, depois de idas e vindas, empoleira-se em um galho seco, ameaça um canto por varias vezes, como quem prepara a garganta, para depois sim apresentar sua principal canção, naquele dia mais que os outros, gratificou-me com seu canto melodioso, como quem soubesse que, havia eu madrugado para contemplar parte da criação Divina, transformou aquele local em um grande palco a céu aberto. Frustei-me em não pode-lo aplaudir ao final de cada apresentação, pois, esta ação poderia assusta-lo.
Quão bom seria podermos dormir e acordar todos os dias em meio a natureza.

José Luiz Pires
22.11.05 12:15hs
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