A vida ensinou muitas coisas. Uma delas que não podemos permitir gente que tenha gula pelo poder, causando os danos mais impensáveis contra a sociedade e até o mundo. Neste sentido, a importância do Movimento Rosa Branca foi vital para que eu refletisse bastante sobre o valor da vida humana e desse atenção para problemas criados pelos políticos quando ascendem ao poder.
Adentrando o Movimento Rosa Branca como leitor do livro escrito por Inge Scholl, irmã de Hans e Sophie, ganhei amizades distantes no tempo e ao qual nem conheci, nem poderia, pois, nasci décadas após as suas mortes e meu intuito foi obter coragem para apontar os erros dos atuais políticos que estão ou desejam ocupar o poder.
No fundo, ganhei irmãos e irmãs. A conexão espiritual foi imediata. Os membros do Movimento Rosa Branca são e estão influentes no meu cotidiano ainda que nenhum esteja vivo. As bandeiras diversas que foram levantadas só deram o início para ações e textos que marcam minha vida. Sou eternamente grato aos membros pelas minhas três Especializações que obtive em nível lato sensu, Pós-Graduações, pois a ajuda espiritual foi intensa. Estudar ao lado do quadro de Sophie Scholl, vê-la ler, significou buscar uma força interna incalculável em favor da minha formação educacional mesmo com 47 anos. Hoje tenho 49.
O leitor ou leitora perguntará se a minha inspiração em estudantes universitários foi excessiva. Pode ser. Eu sinto bem ao lado do quadro de Sophie Scholl, a vida dela mesmo curta, inspirou-me tardiamente em busca de bons e ótimos objetivos. Diria que eu tenho uma fortíssima escudeira! Ela não é única, portanto, tenho outras que também atuam fortemente como Joana D'Arc e Hipátia, a filósofa de Alexandria. Sou privilegiado! Confesso que sinto energias positivas, sinto muito melhor quando posso escrever sobre elas, não só sobre estas três e sim todas as maravilhosas pessoas que não conheci e servem de referência.
Hoje seria aniversário do professor Kurt Huber. Ele foi professor de Sophie Scholl e Hans Scholl. Tenho o Kurt como um espelho e nos meus textos eu valorizo muito a tarefa de educar. Professores(as) são minha devoção e eu não abro mão disto. Kurt Huber é aquela pessoa que eu sinto falta nos dias atuais. O ser que pensa e aponta os caminhos, ajuda na prática e não só na sala de aula! Kurt Huber entregava música e inteligência. Brinco que eu precisaria do Kurt e mais uma Sophie para melhorarmos muita coisa neste país do currupaco!
Neste 24/10/2024, eu tenho que admitir que sou um "filho" do Movimento Rosa Branca em novos tempos. Sei que há muito trabalho para ser feito favorecendo a Educação nacional. Sou simples, mortal, tenho limites! Desejo que as pessoas olhem com atenção as pessoas do Movimento Rosa Branca e sintam confortáveis para papearem com elas espiritualmente, buscando soluções para suas vidas cotidianas e entendendo a importância da vida humana. Não há maior propósito na existência ao não ser termos bons espelhos que contribuam como alavanca aos objetivos.
As dificuldades sempre existirão. Não há pessoa perfeita e esqueça isto. Grato sou ao professor Kurt Huber e sua lição deixada para não sermos medrosos(as) diante do apavorante. Kurt Huber, antes da sentença que levaria à morte, mandou através da sua tentativa de defesa, chamar Hitler, colocando o Nazismo de joelhos! Sabia que aquele seria seu último ato, estava condenado previamente, o julgamento fora um teatro, idêntico contra Hans e Sophie que meses antes foram decapitados no mesmo dia e na mesma prisão em sequência.
O professor Kurt Huber recebe o nome da praça em frente a portaria principal da Universidade de Munique. Kurt fora docente ali, alguns dizem que o Movimento Rosa Branca começou pela sua cabeça. Os panfletos entregues e a forma como tudo desenrolou, mostram um Kurt Huber silencioso, passivo, longe disto! Certamente, ele fora bem ativo na tentativa de alertar a população alemã para derrubar o regime nazista. No exercício docente, soube trabalhar a ideia que o direito de viver e a liberdade de expressão são direitos natos que não poderão ser tirados por gente que possui gula pelo poder e acha soluções fáceis aos problemas nacionais. Kurt Huber é a cabeça que nos falta.
Por fim, insisto que a tarefa docente ultrapassa a sala de aula. É tarefa docente educar à vida, ao cuidado com a outra pessoa, a preparação intelectual para que as pessoas conduzam seus destinos e não sejam objeto de condução ou marionetes nas mãos políticas. Kurt deixa um legado que a docência não é currupaco, ao contrário, é a oportunidade para formar mentes críticas capazes de derrubar o autoritarismo e ditaduras! Certamente, Kurt não teria espaço nesta sociedade autoritária brasileira que é baseada em armas e exploração humana. Seria um sujeito escanteado. Meu trabalho é revivê-lo em poucas linhas. Leiam a biografia de Kurt Huber. O imortal e educativo Movimento Rosa Branca não morreu, ele troca atores e atrizes nesta eterna peça da existência! Eu sou mais um. Obrigado, Kurt Huber! Muito obrigado! Bom trabalho para vocês!
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