A LONGA VIAGEM
Dois amigos desempregados resolveram dar uma longa volta em seu país a procura de emprego. Foram longos dias de procura e nada de encontrar um “ganha pão”, gastaram as poucas reservas que tinham, mas, era preciso continuar a grande busca. Foi na verdade, mais de ano de peleja, de tentativas. Nesta longa busca ativa por emprego, eles passaram fome, frio, dormiram na rua, tiveram que pedir esmolas, serem humilhados, desamparados pelos próprios intempéries da natureza. Mas não foi só desolamento, houve alguém que lhes desse um copo d’água, um prato de comida, um agasalho... Conheceram várias cidades; bonitas, pobres, ricas cheias de pessoas boas, solidárias, ruins, avarentas, pobres e ricas. Como é comum em um país de grande desigualdade social. Um dos amigos já se sentindo cansado e desiludido de não encontrar um emprego, sempre pedia ao outro amigo para retornar a sua terra natal, o outro amigo sempre lhe dizia: Vamos tentar mais umas vezes! Vai que dá certo na próxima cidade?! Vai que encontramos alguém que possa dar mais um prato de comida?! Precisamos pelos menos arrumar um “pico” para ganhar o dinheiro da passagem de volta. E sendo assim, andaram mais umas 3 cidades, como sempre encontraram lindas paisagens, ruas fúnebres, pessoas elegantes e solidárias como também, pessoas de má índole, etc. Conheceram várias culturas, climas e ambientes diferentes. Nesta trajetória descobriram que ao conhecer vários lugares, o emprego que tanto sonhavam estava ali na sua própria cidade, o problema é que eles nunca se preocuparam em preparar-se para estar apto a inserir no mercado de trabalho. Sempre tiveram a oportunidade de estudar, de trabalhar no comércio, no campo, o porém é que eles achavam que estudar não era necessário e os empregos que lhes ofereciam não estavam à altura de suas dignidades.
Finalmente ao voltarem para seu torrão natal, um dos amigos ao rever seus parentes e amigos, sempre contava os perrengues que ele e seu amigo passaram, e passou o resto da vida só contando e lamentado das dificuldades que tiveram ao longo desses anos de vida a fora. O outro sempre mais otimista, sabe aquele que queria permanecer a procura de emprego? Este ao contrário do outro, ao encontrar seus familiares, parentes e amigos, sempre contava da solidariedade das pessoas que lhes ajudaram, dos encantados lugares que conheceram, das diferentes culturas e costumes de cada povo de cada cidade. Para ele os obstáculos encontrados e enfrentados não eram motivos para lamentar, para entristecer, parar de lutar, desistir, ao contrário, foram necessários para se tornar mais forte, resiliente, mais capaz, ter outras visões de mundo e perceber que na vida muitas vezes, as oportunidades estão bem a sua frente, mas por desinteresse e ou por acharmos que sempre merecemos mais sem nenhum esforço e dedicação, as deixamos de lado.
Moral: A vida requer que façamos uma longa viagem, que nesta viagem passemos por altos e baixos, que conheçamos coisas inusitadas, lugares e pessoas incríveis, ruas desoladas, palácios e favelas. E ao voltar para nossa realidade, que possamos perceber o quanto temos de bom e valioso em nosso próprio lugar que não damos o devido valor, e, o quanto estamos despreparamos para conhecer e enfrentar o mundo, o mundo das adversidades. E é necessário nesse retorno, não apenas lamentar dos maus tempos passados, vividos. Mas entender que foram necessários para compreender os trâmites da vida. E que finalmente devemos recordar só das coisas boas, dos momentos bons, das pessoas amáveis. Pra finalmente vivermos a magia que a vida nos oferece, desde que façamos por onde. Pense nisso e boa reflexão!
Autor: Derlânio Alves
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