O palhaço Pagliacci
Certo dia um homem de meia idade procura o CRAS de determinada cidade à procura de uma consulta com um psicólogo. A atendente muito gentil disse ao homem que o psicólogo só estaria atendendo na outra semana, ele com um semblante muito tranquilo disse que não tinha problema e que aguardaria o dia chegar. Os dias passaram e eis que chega o tão esperado dia da consulta. O homem espera pacientemente sua vez, e eis que a atendente chama seu nome. Ele entra, se aproxima do psicólogo e começa a dizer o que sentia. Dizia ele que estava muito triste, não sabia o porquê de tanta tristeza. O médico lhe pergunta há quanto tempo ele vem passando por essa tristeza. Ele disse que de um certo tempo pra cá vem passando por uma tristeza profunda, e, após esse desabafo começa cair lágrimas dos seus olhos. O médico observando o choro do homem, esperou que ele se recuperasse e lhe disse: grande homem, não se desespere, seu problema não é grave. Não indicarei nem psiquiatra, nem neurologista, não é para tanto. O homem espantado, arregala os olhos e espera o psicólogo falar. O senhor está bem, não se preocupe, grande homem. O que o senhor precisa é de alegria. Não sei se o senhor sabe, mas chegou um circo na cidade, circo muito bom, recomendo que vá ao circo e veja o show do palhaço Pagliacci, ele vai fazer você sorrir novamente. O homem ao ouvir aquelas palavras entra em prantos novamente e começa chorar sem parar. O psicólogo sem entender, consola o homem e lhe pergunta por que havia chorado tanto após suas palavras. Ele levantou o rosto e disse ao médico: Esse palhaço que tu tanto falas, sou eu doutor. E entra em prantos novamente.
Assim também é nossa vida, sorrimos, fazemos graça, palhaçadas, mas ninguém sabe o que sentimos por dentro. Nossas tristezas, nossas angústias, nossas frustações, nossas perdas, saudades daqueles que se foram. Nem sempre quando sorrimos quer dizer que somos ou estamos felizes. Ás vezes, a alegria está no rosto, mas nossa tristeza está na alma.
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