Com nossos sapatos nas mãos
voamos, eu, e meu amigo o vento,
fora das asas, pelas áreas azuis.
Faz-me voar esse te querer bem.
Se existir luz em teu olhar, verás
em torno do meu interior enrolado
o valor do manto branco dourado
que o tempo me deu, a vida me dá.
Onde está você, sonho meu?
Por que não me ouve rezar?
Eu tomo as suas mãos nas minhas...
Ai meu Deus! Meu Senhor!
Por amor, tenho misturado súplicas
com mais de um tom de lamento.
Eu já te dei papel e lápis, e alento,
brincamos de reverenciar o murmurar
dos sons que não se pode alcançar,
imaginar as águas do jardim secreto.
Li seus sonhos, neles foi rei não livre,
pois vi-o fazer o que os súditos fazem,
acenar para todos seu último adeus.
E beijei o mais bonito, o mais correto.
Creia, brilhei feliz entre as estrelas,
com os olhos verdes que você me deu.
E hoje eu estou tão sozinha, eu,
só eu, pensando no amor até doer.
Por que teve que ir embora?
Minha alma simplesmente chora,
pinga, segredando em suspiros,
o que por todo tempo que não riu,
tentou não revelar. Só para mim.
Sempre vai poder me encontrar,
contribuindo para um futuro melhor,
nas palavras escassas e tão fortes
que saem das almas e dos livros,
e do riso que brota desse silêncio.
Eu e você não estávamos errados.
Eu e você não estamos sem amor.
Não. Ainda não.
Ama-me nas rosas.
Amo-te nas poesias.
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