Os pais, os jovens, as drogas...
Uma das grandes preocupações do mundo contemporâneo é pertinente as drogas, ou, melhor dizendo, o envolvimento dos jovens, nossos filhos, com elas. E quando o fato ocorre em uma família não raro os pais perguntam-se: Onde foi que eu errei? E mil dúvidas perambulam pela cabeça de toda a família em busca de uma alternativa para a resolução de tão intrincado desafio. E fica outra pergunta: O que eu poderia ter feito para que isso não acontecesse?
Obviamente que não há uma receita para isto, porquanto os filhos são criaturas dotadas de livre arbítrio, e também não podemos e nem temos condições de vigiá-los 24 horas por dia para que não se envolvam com o mundo dos entorpecentes. E o que fazer? O ideal é sempre antecipar. Dialogar muito com os filhos, interagir, participar de suas vidas e procurar identificar suas tendências. Enfim, aproximar-se do filho, um contato de alma para alma. Esta é, aliás, uma das grandes missões da paternidade ou maternidade. Orientar é a missão. Mas apenas o diálogo resolve, perguntarão alguns? Obvio que não daremos para tão complicada situação uma resposta simplista, de modo a fazer pensar que apenas dialogando iremos livrar nossos filhos das drogas. Todavia, consideremos que o diálogo e a participação na vida desses jovens é fundamental para aproximá-los de nós, abrindo caminhos para que nossos ensinamentos sejam melhor assimilados por eles. Vale ainda destacar que muitos jovens adentram o universo do álcool, por exemplo, bebericando aos 10, 11 anos nos copos de familiares que permitem que tal coisa ocorra. Os familiares dizem apenas: “Sim, você pode tomar um gole de meu copo!” Não há a conversa, apenas a permissividade. Tudo pode, tudo vale! E a criança, de natureza curiosa, quer mesmo experimentar. Mas, como fica se essa criança tornar-se um adulto viciado? Muitos casos assim, de jovens bebericando em copos de familiares acabam dando enorme dor de cabeça não apenas aos pais, mas, à toda sociedade. Observemos. Ora, se sabemos que essas crianças ou jovens podem aderir ás drogas, sejam elas dos tipos que forem, como podemos permitir que convivam desde idade infantil com o álcool que, diga-se de passagem, não deixa de ser uma droga? Deixo para sugestão ao leitor interessante experiência narrada por um amigo. Diz ele: “Tenho dois filhos um menino de 12 e uma menina de 14 anos e todos os domingos realizamos a reunião da família. Nessas conversas domingueiras estamos nos conhecendo mais, eu a eles; eles a mim. Você perguntará: Mas o que isso tem a ver com o tema drogas? Respondo que tem tudo a ver, porquanto – segundo meu amigo - essas reuniões estão desdobrando-se de forma tão agradável que, naturalmente, entra-se na abordagem de diversos assuntos da atualidade, tais como: sexo, drogas, consumismo e por ai vai... “Estamos tendo – diz ele - a oportunidade do diálogo. Estamos nos conhecendo melhor. Abrimos as portas de nossa relação para o diálogo. Pode ser que um deles envolva-se com drogas ou coisas ilícitas, todavia estamos pela ferramenta do diálogo mais próximos uns dos outros”.
Que tal experimentarmos a sugestão do amigo? Ao invés de ficarmos aos domingos assistindo aquela velha lenga lenga televisiva dedicarmos um espaço para a família, aproximando-nos assim dos nossos filhos. Pode ser um caminho para que eles fiquem cada vez mais longe das drogas.
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