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SUSPIRO DE VIDA
Jô Benevides

Resumo:
Um breve conto, da chegada e da partida da vida humana. Onde por momentos, ninguém pode fugir da realidade e da igualdade, quando aqui chegam e quando daqui partem...

SUSPIRO DE VIDA


Adamastor, tinha uma estranha maneira de passar o seu tempo. Morava numa cidade pequena da Europa, onde não se havia grandes coisas para fazer. Então ele costumava se arrumar todo, vestia preto e colocava óculos escuro. Lá se ia Adamastor, para mais um dos seus rotineiros passeios.
O cemitério da cidade, não ficava muito distante, cada vez que alguém morria, ele se ajuntava às demais pessoas e ali ficava, ouvindo os sermões de despedidas, vendo pessoas chorando, familiares desesperados com a perda de um anti-querido, advogados consolando esposa do falecido, já pensando nas divisões de bens e até mesmo em conquistar a bela viúva jovem. Era sempre assim a rotina de Adamastor.
Entender a vida, buscar respostas naquele lugar, era uma questão nobre de pesquisa para aquele homem. Ali jaz alguém que provavelmente, nunca parou pra pensar que um dia estaria ali.Como será que foi a vida daquela pessoa, que não tinha mais significado de nada, era agora apenas um lixo, jogado num buraco, onde seria consumido pelos vermes e logo seu corpo entraria em decomposição, restando depois,apenas pó e cabelo. Triste
Fim da natureza humana, tanto orgulho na vida, pra depois acabar como lixo dentro de um buraco, ou em tumbas caríssimas, mas, sem significado nenhum. Afinal, o que existia acabou numa escuridão, agora sem mais nenhuma razão. Era isso que se passava pela cabeça de Adamastor.
Um dia ele resolveu mudar a sua rotina, dessa vez ele iria ao hospital, já havia entendido o que queria, indo ao cemitério, agora sua missão seria outra.
Lá se vai Adamastor buscar resposta para o milagre do nascimento. Ele esperava apenas o momento certo, para tentar entrar numa sala de parto. Como fazer? Ali o sistema era muito diferente. Até que um dia o hospital estava muito cheio, era uma correria total, parecia que as mulheres haviam combinado para dar a luz num só dia. E num momento oportuno, ele tentou falar com um dos médicos, para assistir algum parto, quando foi interrompido por outro médico que o confundiu com o pai da criança que estava pra nascer, dizendo: - Vamos meu rapaz, entre logo, seu filho está prestes a nascer!
Adamastor não contou conversa, entrou rapidamente e foi assistir o parto de uma mulher que não parava de gritar, e por conta de tanta dor, ela não percebeu que não era o pai da criança que estava ali.
O nascimento, o ressurgimento da vida à frente daquele homem, que só queria entender
O começo, a existência, a permanência curta de uma passagem de vida aqui, num suspiro de uma nova vida nesse mundo, solto por um grito, que pra ele tinha um significado marcante. Era como se o bebê, chorasse dizendo: - Pronto, cheguei! E agora o que vai ser de mim?
Adamastor, após assistir o milagre da vida, saiu rapidamente, para que não percebessem que ele não era o pai.
Ao sair daquele quarto, na intenção de ir embora, viu que algo terrível estava acontecendo, os médicos corriam em direção daquela mulher que acabara de dar a luz a uma linda criança, ele conseguiu entrar novamente na sala de parto, quando viu a cena do ultimo suspiro de vida daquela mulher que acabara de dar ao mundo o suspiro de vida daquela linda criança. Um suspiro chegou ao mundo, por um suspiro que acabara de deixar o mundo. Linda e triste cena, Adamastor teve num só momento. A vida chegando, e a vida partindo num suspiro final de dor.
Saiu dali, muito pensativo, compreendendo um pouco da natureza humana.
O nascer e o morrer, é semelhante, nada se sabe quando nasce, e quando morre também,
Porque a mente,as lembranças,entram na escuridão existente do nada...tudo acaba ali.
E quem nasce, não lembra como veio, mas nasce para viver a luz da vida, da existência...
Adamastor, já conhecedor dos funerais, agora só quer entender: Porquê? Porquê?
Pra que? Pra que? NASCER E MORRER!!!...
Ele passou a entender que o mais difícil de tudo é saber como viver. Todos nascem de uma só forma humana, quando morrem, se iguala a qualquer um , rico ou pobre.
Mas, viver! É a mais triste fase humana, quando se percebe que a carne já é apodrecida por pessoas que se julgam melhores que outras.
Suspiro vem, suspiro fica, suspiro parte...
E Adamastor passa a entender que precisa todos os dias, nascer e morrer, pra continuar a sentir o suspiro renovador da vida... uuuufuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu... SUSPIRO!!!

















Biografia:
BIOGRAFIA Josileide Benevides da Silva, nascida em 22 de maio de 1964, natural de Juazeiro-Bahia Mas, foi criada no Rio de Janeiro, onde passou a maior parte da adolescência, e logo em seguida foi morar em cidades do extremo sul da Bahia. Filha de Maria José Benevides da Silva e Francisco da Silva, mãe de um casal de filhos. Fundadora da AMCAR-Associação do Movimento Cultural de Abrantes e Regiões, onde exerce cargo de secretária, proprietária da marca e desenhos Fofuchitos, que abrange temas ambientais, sociais e culturais. O primeiro livro lançado foi em 2008, Nós... Entre Poemas, Versos, Poesias e Contos quando decidida a se entregar totalmente a literatura, passando a editar o que estava guardado nas gavetas. O segundo livro: Adeus Depressão Lançamento em abril de 2009, na Bienal em Salvador-Bahia. Escreveu peça teatral infantil: Koiné e a flor do Conhecimento, Em busca do Eu e Menino de Rua, (Adaptada por Duda Fernandes). Fundadora e Coordenadora do Projeto Amigos da Leitura, sócia da UBE - União Brasileira de Escritores, Poeta e escritora, por intuição, extremamente preocupada e envolvida com projetos relacionados a crianças, adolescentes e jovens.

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