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Curados pelo Amor
Stanley Jones

Curados pelo Amor – Parte 1

Baseado no Capítulo IV do livro Conversão de autoria de Stanley Jones

A CONVERSÃO DE NOSSO AMOR PRÓPRIO

Vimos que o que há de mais profundo na conversão é a conversão do ego pela auto-rendição. Vamos ver agora o que há de mais profundo no ego - a aspiração de amar e ser amado - e pensar na conversão dessa aspiração.
Em meu último livro, Maturidade Cristã, afirmei que mais profundo do que o ego, sexo e os anseios da natureza humana é a aspiração de amar e ser amado, e que, portanto, somos amadurecidos como pessoas, na medida em que somos no amor, e não mais. Maturidade é maturidade no amor. Se "Deus é amor" - sublime e suprema verdade sobre Deus - e se Ele nos criou à sua imagem e semelhança, então devemos ter selado no âmago de nosso ser Seu mais profundo anelo – o de amar e ser amado. Na estrutura íntima de nosso ser, fomos criados para amar e ser amados. Se não amamos e não somos amados, violamos a mais profunda lei do nosso ser.
Portanto, a conversão é conversão de nosso amor. Em nossa cegueira, estupidez e teimosia, temos amado as coisas falsas com o amor falso. Pervertemos nossa mais profunda aspiração de amar e ser amado e atamos esse amor às coisas erradas - em nós mesmos e nos transformamos em Deus; no sexo, como um fim em si mesmo, e nosso amor se transforma em sexualismo; na sociedade, e nos transformamos em adoradores da sociedade, dominados por ela. Nosso Ágape original perverteu-se no Eros. O Eros é o Ágape que não se converteu. Logo a conversão é conversão da perversão.
Como pode Deus converter nossos amores? Ordenar-nos que amemos? Isto seria a Palavra transformada em moralidade. Mostrar-nos como o ódio produz consequências más e o amor boas? Isto seria a Palavra transformada em Filosofia. Estabelecer leis e regulamentos que ordenassem a vida comunal? Isto seria a Palavra transformada em instituição. Em todas elas a Palavra se tornou palavra. Todas elas são aquém da Verdade. A Palavra deve transformar-se em carne.
Deus, para redimir-nos na porção mais profunda de nossa natureza - a aspiração de amar e ser amado - deve revelar sua natureza de um modo incrível e impossível. Deve revelá-la na cruz. Na cruz Deus envolveu seu coração em carne e sangue e o deixou cravado nela, para nossa redenção. A cruz lança luz sobre a natureza de Deus como amor.
Ali "Ele carregou nossos pecados em seu próprio corpo no lenho". Um amigo meu, que é dos Malkanas - seita de maometanos da Índia – se converteu ao cristianismo e é agora o amado mestre da seita. Certa vez, quando viu duas facções de Malkanas guerreando-se com varas de bambu, cujas pontas eram incrustadas de ferro, correu e ficou entre eles, recebendo os golpes em sua própria cabeça. O sangue jorrou e maculou-lhe as vestes brancas. Os inimigos interromperam a luta para acudi-lo; uns correram em busca do médico, outros o levaram para sua casa. Naquele momento a reconciliação se operou – reconciliação nascida de seu próprio sangue; Meu amigo comentou: "Se algumas gotas de sangue de um pecador podem reconciliar uma vila inteira, quanto mais pode o sangue do Filho de Deus reconciliar o mundo todo?"
Junto à cruz duas coisas se deram - reconciliação e revelação - reconciliação obtida por Ele receber o castigo de nossos pecados em seu próprio corpo, e revelação de seu próprio coração de amor.
Esta história nos vem do coração do mundo ocidental. O Dr. William L. Stidger nos fala de um grande navio repleto de soldados que estavam sendo transportados através do Atlântico, em tempo de guerra.
O capitão viu um submarino inimigo erguer-se à superfície da água e atirar um torpedo justamente na direção do navio - a marca branca do torpedo era inconfundível. Gritou pelo alto-falante: "Rapazes, ei-lo que vem!” Não havia tempo para desviar o navio. Acontece que o capitão de um pequeno destróier que o escoltava também viu o submarino e o torpedo. Sem um momento de hesitação, deu a seguinte ordem: "Para frente, a todo vapor". E, cruzando o torpedo, o pequeno destróier recebeu todo o impacto. Bipartindo-se, afundou rapidamente, e todos os membros da tripulação morreram. Disse o capitão do navio-transporte ao Dr. Stidger: " O capitão do destróier era o meu melhor amigo. Um verso da Bíblia agora tem especial significação para mim: Ninguém tem maior amor do que este, de dar a vida a seus amigos". Jesus deu a sua vida não somente por seus amigos, como também por seus inimigos.





Curados pelo Amor – Parte 2

Baseado no Capítulo IV do livro Conversão de autoria de Stanley Jones

Só na cruz nosso amor pode ser redimido. Uma dissertação sobre a beleza do amor nos deixaria frios; uma exortação ao amor não nos comoveria; uma ordem para amar nos deixaria insubmissos. A cruz nos derrota, quebra pela penitência nosso amor em mil fragmentos e então os refaz à imagem de seu próprio amor. O amor junto à cruz produz amor em nós. Começamos a amá-lo e, amando-O, nossos amores menores se redimem naquele seu amor verdadeiro.
O teólogo Nels Ferré disse: "Converti-me três vezes: a primeira vez ao cristianismo tradicional; a segunda vez à honestidade; a terceira vez ao amor de Deus e do homem". É lindo, mas a terceira vez foi a da conversão verdadeira - as primeiras duas foram preliminares. Uma conversão que não converte nosso amor básico é menos do que conversão cristã.
A conversão real de Pedro não se deu quando deixou os barcos de peixes para seguir Jesus. Voltou-se para Jesus mais tarde e perguntou: "Nós deixamos tudo para seguir-Te; que recompensa temos?" Sim, deixara tudo, menos - Pedro. Pode-se ver o Pedro não regenerado importunando vez após vez - na contenda por causa dos primeiros lugares, com sua atitude de superioridade. "Ainda que eles todos te abandonarem, eu não te abandonarei" - na relação "eles" - "eu" - eu sou superior; na negação a Jesus, no praguejar e jurar. Por isso Jesus disse: "tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos".
Mas quando foi que Pedro realmente se converteu, então? Creio que junto ao mar, depois da ressurreição, quando Jesus pôs o dedo na ferida: a necessidade de seu amor converter-se. "Perguntou Jesus a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes outros?" A ênfase se deu em "mais do que estes outros". Ele havia dito:
"Ainda que todos se escandalizem, eu jamais!" Então Jesus perguntou-lhe pela segunda vez: "Simão, filho de João, tu me amas?" Desta vez Ele suprimiu "mais do que estes" - era simplesmente: "Tu me amas?" A parte de ser mais ou menos do que estes - "Tu me amas?" Então perguntou pela terceira vez: "Simão, filho de João, tu me amas?" Na terceira vez Simão se entristeceu. Por que? Ele percebeu que Jesus punha o dedo nas três vezes que Pedro O negou, perguntando-lhe três vezes se O amava. Foi isto que trouxe a tristeza, a penitência, a rendição. Então Jesus terminou dizendo: "Segue-me". Ele já dissera a Pedro "Segue-me", junto ao mar, quando Pedro deixou os barcos de pesca para seguí-lo. Pedro realmente seguiu - exteriormente, de vez em quando interiormente, mas na maioria das vezes exteriormente. Aqui Jesus pedia a Pedro que O seguisse interiormente, em espírito e em amor. Perto do término, Pedro agitou-se um pouco, perguntando sobre João: "Senhor, e quanto a este?" Jesus respondeu: "Que te importa? Segue-me". Ao entregar seu amor a Cristo, dá ele uma última espiada para seu velho amor de motivos mistos e deseja saber o que aconteceria a João. Era um último suspiro do velho amor. O dele se convertera a Jesus, somente. Agora estava realmente convertido e podia fortalecer seus irmãos - podia fortalecê-los porque não lhes pertencia mais; pertencia a Jesus, em amor. De ora em diante, ele lhes pertencia de modo secundário, pois pertencia a Cristo em primeiro plano. Seu amor foi redimido. Isso é exemplo do passado. Quando nos voltamos ao presente, encontramos a mesma necessidade de redenção do amor - principalmente redimido de um infeccioso amor egoísta. O Dr. Karl Menninger, diretor da Clínica Menninger, em Topeka, chegou à conclusão de que seus clientes ali se encontravam porque não amaram ou não foram amados, ou por ambos os motivos. A carência era de amor. Isto provocou distúrbios funcionais em seus organismos, Chamou, então, os membros do corpo clínico e administrativo da Clínica e expôs-lhes a situação: os doentes ali se achavam por carência de amor. Só pelo amor poderiam ser curados. Atenção profissional, sem amor não daria resultado. A instituição se organizou inteiramente em torno do amor - os contatos com os pacientes deveriam ser contatos de amor.
Desde os mais destacados psiquiatras aos mais humildes serventes, todos deveriam manifestar amor em seus contatos com os doentes. E deveria ser "amor ilimitado". Seis meses depois, procedeu-se a um balanço para se verificar como iam as coisas, e descobriram que o tempo de hospitalização reduziu-se à metade.
Havia uma senhora que durante três anos sentava-se na cadeira de balanço, sem dizer uma palavra a quem quer que fosse. O médico recomendou à enfermeira: "Maria, eu lhe entrego a Senhora Brown, como sua paciente. Tudo que lhe peço é que a ame até que ela fique boa". A enfermeira levou adiante a experiência. Arrumou uma cadeira de balanço igual à da Senhora Brown, sentou-se ao lado dela, e revelou-lhe seu amor desde a manhã até a noite. No terceiro dia a paciente falou e em uma semana saiu fora de sua "concha" - curada.
O Dr. Menninger declara que a metade das doenças é devida ao ódio - e acrescentou que metade dos acidentes também ocorre por esse motivo. "O amor é o remédio". E generalizou: "O amor é o remédio para a enfermidade do mundo".




Curados pelo Amor – Parte 3

Baseado no Capítulo IV do livro Conversão de autoria de Stanley Jones

O Dr. Grace Stewart, professor de psicologia, afirma que há três necessidades básicas à personalidade humana: amor, sentido e segurança". A primeira e a maior de todas é o amor. É estranho que depois de dois mil anos esta declaração seja o eco da que São Paulo pronunciou: "Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três: porém o maior destes é o amor". Contudo, não é estranho, pois o Autor de nossos seres e o Autor do Livro é o mesmo Deus e a supremacia do amor não está escrita somente no texto da Escritura, mas também na tessitura de nossos seres.
Um jovem par fez questão de ouvir três vezes a mesma canção num realejo - Era a canção que falava de um rapaz que vagava à procura da resposta à vida e a encontrará, afinal, em "amar e ser amado". O jovem par ouviu-a três vezes pela mesma razão pela qual Jesus perguntou a Pedro três vezes se ele O amava. A mesma resposta dera o realejo.
O Padre C. Hilmer Myers, referindo-se a um grupo de meninos delinquentes, disse: "Tais garotos podem ser alcançados se lhes for dado o que eles mais anseiam possuir: o amor de alguém que esteja pronto a ajudá-los numa emergência".
Uma senhora bonita, sábia e verdadeira cristã compôs ao marido uma obra prima em prosa, onde, linha após linha, o acusava impiedosamente. Pretendia deixar em seu travesseiro quando partisse de casa, para não mais voltar. Depois, retrocedeu, tomou a carta, meteu-a em sua bolsa, e em lugar dela deixou o famoso poema de Elizabeth Barret Browning intitulado "Como eu te amo." Redimiu-se, e possivelmente redimira o esposo.
Havia um bêbedo inveterado na comunidade. Certa manhã, disse:
"Samuel, os meninos me apedrejaram ontem à noite." O amigo lhe respondeu: "Talvez tentassem fazer de você um homem melhor;" Ao que o pobre bêbedo replicou: "Nunca ouvi falar que Jesus tivesse atirado pedras num homem, a fim de torná-lo melhor." Os fariseus tentaram dessa forma - careciam de redenção. Jesus tentou o amor - e redimiu a mulher.
Como alguém já disse: "Deus ama os sub-homens até se tornarem santos". Não existe outra maneira de fazer santos.
Uma garotinha, que nunca havia sido amada, tinha uma profunda atração pelo seu cachorro e lutou quando a separaram dele, encaminhando-a a um orfanato, sob os cuidados de um amigo. Nas primeiras horas mordeu o médico, bateu na enfermeira, deu ponta-pés no superintendente. Certo dia ficara tão furiosa que cravou seu braço numa porta de vidro. Sangrando e assustada, correu para a mãe diretora, que lhe deu atenção e amor. Desde aquele instante a garota começou a dar e a receber amor. Transformou-se numa garota capaz e em quem se podia confiar. O amor operara aquilo.
Bem disse William Law: "O amor é infalível; não comete erros, porque os erros são a falta de amor." Ele poderia ter acrescentado que o amor é infalível, pois se a pessoa se nega a receber amor, o que o dá é mais amoroso por o ter dado. A retribuição está na pessoa. O amor não pode perder.
Uma oficial do Exército da Salvação foi assaltada por uma mulher que ali entrara para ser socorrida por insignificante acidente, um dedo que devia receber um curativo. Enquanto a salvacionista procedia ao curativo, a mulher a espancou tanto que a deixou quase desacordada.
Vendo o que fizera, começou a chorar: "Eles me matarão, se descobrirem o que eu fiz." "Não", respondeu-lhe a oficial salvacionista, "ninguém jamais saberá. Nada lhes direi." Foi o bastante. A infeliz se rendeu pelo amor, e converteu-se.
Outra oficial do Exército da Salvação foi chamada com urgência. Uma mulher gritava e se preparava para se suicidar, ameaçando com uma faca quem quer que tentasse interferir. A salvacionista bateu à porta. De faca em punho a mulher gritou: "Eu vou morrer e não vejo por que você não deverá morrer também." Ergueu a faca para desferir o golpe, quando a salvacionista disse: "Bem, eu estou pronta para morrer.
E você? Se vamos morrer, devemos repetir uma prece." Ajoelhou-se e a mulher ajoelhou-se também. Na oração a mulher derramou sua alma em confissão. Era uma enfermeira e por beber em excesso fora despedida do hospital. Irritada, agravara ainda mais sua condição, afogando-se em bebida. Ambas se ergueram, e a que havia pouco estava ameaçada de ser morta pela infeliz, curvou-se e a beijou. Estudaram-se os meios favoráveis, de modo que a enfermeira voltou ao seu antigo emprego; hoje é superintendente do hospital.
O primeiro ministro de um estado hindu, presidente de uma das minhas assembleias, comparou a reunião daquela noite a outras noites, de cinquenta anos atrás, quando a multidão -importunou e até mesmo atirou pedras. "Hoje este auditório mantém-se num silêncio que nos permite ouvir até a queda de um alfinete, para ouvir a mensagem de Cristo. Que é que mudou? Há algumas milhas daqui se encontra um dos maiores hospitais da Índia, onde homens e mulheres, cristãos devotados, servem ao povo, sem olhar sua condição social, raça, credo ou cor. Há um leprosário onde servem os leprosos com serviço cristão.
No Ashram de Gandhi, os companheiros fazem serviço de servente. Mas há serviço do tipo mais elevado. Tomam conta dos párias e lavam seus corpos, almas, e espíritos, e os transformam em cidadãos respeitáveis."
O amor converteu aquela atmosfera. Um fabricante hindu, em nosso Ashram de Sat Tal, disse: "Vocês sabem por que vim? Há anos atrás, quando eu era garoto, atirei com outros moleques tomates num missionário que pregava no bazar. Ele limpou o suco do tomate do rosto, e depois da reunião levou-nos à confeitaria e comprou doces para nós. Vi o amor de Cristo naquele dia, e é por isso que estou aqui".
Um amigo meu falava a um sapateiro hindu que tinha perdido seu filho e estava muito abalado. "Lembre-se, disse meu amigo, que Deus é amor." A face do hindu resplandeceu, e ele disse" "Sim, eu sei que Deus é amor." "Mas como sabe disto?" perguntou meu amigo. E o sapateiro respondeu: "Trabalhei certa vez para Foy Sahib em Cawnpore, e ninguém poderia trabalhar para Foy Sahib e ignorar que Deus é amor."
Um membro de nosso Ashram na América, muito benévolo e amável, me disse: "Trouxemos nossa filha adotiva de um hospital, onde ela morria por falta de amor. Durante três meses não tinha engordado nem um pouco, e nada ajudava. O médico deu uma possibilidade de vida em cem. Apenas o amor poderia salvá-la. Nós lhe demos. Hoje ela é uma jovem mãe feliz."






Curados pelo Amor – Parte 4

Baseado no Capítulo IV do livro Conversão de autoria de Stanley Jones

Não há ninguém que não se cure ao compreender o amor, desde os bebês que não crescem, até os maiores bêbados. Não há portas fechadas ao amor. Alguém disse, falando de uma cristã jubilosa: "Ela pode ir a qualquer lugar, para qualquer pessoa, porque ela trabalha por amor." Um homem disse: "Li 995 páginas de livro de um escritor persa sobre relações humanas, e ele resumiu tudo numa sentença - e esta sentença poderia se resumir numa palavra - amor."
Quando perguntaram a John Jones, Chefe do Clube Atlético da Polícia de Nova Iorque, a causa da delinquência juvenil, ele respondeu: "A falta de amor e atenção." Isto é verdade em qualquer lugar, no Oriente, e no Ocidente. O cristianismo nos assegura basicamente que temos amor e atenção - Deus é amor. Platão disse: "O amor é para quem ama." Mas o cristianismo diz que o amor é para todos – quem ama, quem não ama, o bom, o mau. Deus não o ama porque você é bom, mas porque Ele é amor. Ele pode não aprová-lo, mas Ele o ama.
O Dr. W. E. Sangster citou as palavras do cientista Laplace, agonizante: "A ciência é simplesmente insignificante. Só o amor é real."
E o Dr. Sangster acrescentou: "A ciência em si está "descobrindo" o amor, e um congresso internacional de saúde mental declarou que a causa das doenças mentais é falta de amor. Os psicólogos infantis declararam que não importa se a criança recebe ou não castigo corporal; o que importa é que a criança receba amor. Os sociólogos diagnosticam a delinquência como carência de amor, e alguns criminalistas veem em sua falta uma das primeiras causas do crime."
De cada lado a vida converge para um ponto - amor. Isto é básico e dele não se escapa. Portanto, o centro da conversão é a conversão do amor. Quando nos entregamos a Cristo Ele toma nosso amor atormentado, e o substitui por seu próprio amor. Veja o que diz o coronel britânico Gardiner: "Eu me curei efetivamente do pecado da sexualidade, ao qual estava preso tão fortemente, que achava que só poderia curar-me com um tiro na cabeça, e todo o desejo e inclinação para isso foram removidos inteiramente, como se eu fosse uma criança, e a tentação não voltou até hoje." E uma testemunha acrescenta: "Ouvi frequentemente o coronel dizer como estava preso à impureza, antes de seu contato com a religião; mas assim que ele foi iluminado do alto, sentiu o poder do Espírito Santo transformando sua natureza de um modo tão maravilhoso, que sua santificação sob esse aspecto parecia mais notável que em qualquer outro."
Buda sentia que a libertação do novo nascimento vem através da libertação do desejo. "Apaga todo o desejo, mesmo o desejo de viver." O cristianismo ensina que não se pode livrar do desejo, pois o desejo de se livrar do desejo é desejo. O poder expulsivo de uma nova afeição substitui os antigos desejos. A única maneira de se livrar de um desejo é substituí-lo por outro mais elevado. Este desejo mais elevado é o amor de Cristo. Através dEle "o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado" (Rm 5.5). A resposta cristã termina positivamente ao invés de negativamente, e esse positivo é o que há de mais positivo, criativo no universo o amor. Como disse um grande diplomata, há algum tempo: "O Cristianismo não é renúncia, mas realização" Talvez isto possa ser dito deste modo: É renúncia num certo nível, para ser realização num nível mais elevado. Mas o fim é realização - realização no que é mais elevado no universo, a realização no amor. Uma mulher italiana ouviu Deus lhe dizer: "Observe-Me e veja se há alguma coisa além do Amor". Não O podemos ver em Deus, a não ser que O vejamos na face de Jesus Cristo. Precisamos de Cristo para ter certeza de que Deus é amor. O mais sublime em Deus é o mais profundo em nós - a necessidade de amar e ser amado. Na França, no tempo de Luís XIV, os teólogos discutiam se a língua primitiva era o hebraico ou o grego. Decidiram fazer uma experiência. Tomaram duas crianças e não falaram com elas nenhuma língua. Os teólogos queriam ver que língua elas falariam, quando alcançassem a época de falar. Num ano e meio ambas as crianças morreram - morreram por falta de amor! Um médico se referiu a uma criança que não fora amada nos primeiros três meses de sua vida. Não pôde fazer nada para salvá-la, apesar de a criança não ter qualquer indisposição física. Ela morreu por falta de amor. Um casal foi a um orfanato adotar uma criança. Um garoto atraiu-os especialmente. Falaram sobre as coisas que lhe dariam - roupas, brinquedos, uma casa bonita. Nenhuma dessas coisas parecia atrair muito o garoto. Finalmente eles perguntaram: "O que você mais deseja?" Ele respondeu: "Quero apenas alguém que me ame."
Esse desejo por alguém que nos ame e de amar alguém é a coisa mais profunda na vida, e a mais sublime em Deus. Portanto, o mais profundo no homem e o mais elevado em Deus não entram em conflito - coincidem. Ser convertido no amor é ser convertido no berço da alma. É tornar-se verdadeiramente natural. Toda vinda a Jesus traz o sentimento de regresso ao lar.
Se o amor é o mais elevado em Deus e o mais profundo em nós, é também a coisa mais bela que existe em nosso planeta. Mathilde Wrede, baronesa na Finlândia, filha de um governador de província, recebeu educação aprimorada, adquiriu grande cultura, e tinha dom para a música. Na sua adolescência, deixou-se possuir pela cruz e tornou-se prisioneira de Cristo. Dedicou toda a sua vida aos prisioneiros da Finlândia. Em seu próprio lar, vivia com a mesma alimentação que os prisioneiros recebiam, e eles sabiam disso. Geralmente estava cansada, e dizia a seu corpo: "Ó meu pobre corpo! Vamos tentar continuar. Até agora você se mostrou obediente e paciente quando o amor o empurrou ao trabalho. Muito obrigada. Sei que hoje você não me deixará em dificuldades". O amor a impulsionava sempre.
Uma exilada cristã na Sibéria escreveu: "Há aqui uma sociedade sem Deus; um dos membros está unido a mim de modo especial. Ela me disse: "Não posso compreender que tipo de pessoa você é; tantos aqui a insultam e abusam de você, mas você ama a todos." Ela me causou muito sofrimento, mas orei por ela. Mais tarde, perguntou-me se eu poderia amar. Estendi minhas mãos para ela; abraçamo-nos e começamos a chorar. Agora oramos juntas. Bárbara converteu-se e foi atirada na prisão. Perguntei-lhe através das grades: "Bárbara, você lamenta ter feito isto?" "Não, respondeu ela; se eles me libertassem, iria novamente e falaria a meus camaradas do maravilhoso amor de Cristo.
Estou tão feliz, porque o Senhor me ama e me considerou digna de sofrer por Ele." Aqui o amor brilhou através das grades da prisão, da dureza humana e de invernos gelados. O amor é um fogo que não pode ser apagado.
Tio Sam, que nasceu sob a escravidão, viveu na ilha de Santa Helena, na Carolina do Sul. Uma vez, quando um jovem negro malévolo entrou em complicações e algumas pessoas tentavam corrigi-lo" disse: "Vocês apenas devem amá-lo." Aquele velho negro proferira a coisa mais profunda que poderia ser dita neste Universo. É o que Deus disse, quando nos viu presos em nossos pecados e suas consequências,
"Devemos amá-los." Ele tomou a cruz para nos amar. E aquela cruz era amor ilimitado. Era a graça de Deus em ação. Não havia outro caminho para nos converter, a não ser morrer por nós. Não é de admirar que "O símbolo da fé cristã" não é um arbusto ardente, nem uma pomba, nem um livro aberto, nem uma auréola ou halo envolvendo o semblante submisso de alguém, nem esplêndida coroa em honrosa cabeça. É uma cruz. Não poderia ser nada mais. Pois a cruz é suprema em amor. A cruz quebranta-me, sucumbe-me, transpassa-me em amor.
Aplicado aos negócios humanos, o amor seria a resposta. Um vagão cheio de prisioneiros americanos estava sendo levado pela Alemanha. Depois de ficarem dois dias sem comer, num desvio da estrada de ferro, os alemães jogaram lá dentro uma caixa da Cruz Vermelha, de "dieta de prisioneiros de guerra." Eles pensaram que iriam lutar e matar-se mutuamente, para comer. Um rapaz loiro, com uma atadura sangrenta na cabeça, agarrou-a e disse: "Rapazes, façamos disso uma comunhão." Assim fizeram. Todos receberam um pedaço de cada coisa, em porções iguais. Isso mudou tudo - transformou uma briga num sacramento. Aquele trem fora bombardeado, mas nenhuma pessoa se feriu naquele vagão. Ainda que não estivessem protegidos de balas, estavam salvos, pois "o amor nunca falha" - quer na vida, quer na morte.


Este texto é administrado por: Silvio Dutra
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