Metidos a escritores, falamos das coisas lindas
Acreditamos em ilusões passageiras
No amor e em sentimentos positivos
Mencionamos as flores, as nuvens, o céu
Até desfolhamos as margaridas
Enganamos com tantas besteiras
Predizemos de cada um o próprio imo
Narramos com certa imodéstia
Intentamos enganar a nós mesmos
Como se fossemos donos da verdade
E as histórias se perdem e vão para o beleléu
Sabemos que todos têm seus estados de reles
Aquilo que esta escondido
Pertence a cada ser individualmente
Preocupados com as rimas
Escrevemos errado
E achamos bonito
Quando alguém nos elogia
Vamos dormir com o ego navegando
Sabemos pecar
Aprendemos a atirar pedras
Gostamos de apontar defeitos
Contudo relatamos tudo gentilmente
Nos sentimos como profetas
Porém estamos nos envenenando
Com nossas próprias palavras
Falsear a realidade é como viver
De ilusões
Machucar os corações
Massagear o que é irreal
E do amor, das dores, da coragem
Somos então, poetas
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