FALECIMENTO DA SOGRA
À noite foram para o velório na casa de onde tiveram que se mudar às pressas, a irmã de Lira acompanhou em solidariedade ao casal, o cunhado ao avistar os três descendo o caminho das casuarinas e antes mesmo de chegarem perto da casa foram impedidos de continuar. O cunhado chamou Sílvio de lado e falou alguma coisa. Logo em seguida Sílvio chamou Lira para pedir a Olinda que fosse embora. Por quê? Indagou-a ao marido.
_Para o menino não, ficar sozinho temos que passar a noite aqui.
Lira achou muito estranho aquele pedido, pois o menino havia ficado com Thereza, chamou a irmã e explicou, ela achou justo o pedido, pois conhecia bem o menino. Chamaram um táxi e ela voltou para casa.
Lira ficou triste ao ver a senhora sem vida, tinha gostado dela, foi à única pessoa da família a ir até a casa de seu pai na ocasião do nascimento de seu filho, levando um estojo de talco e colônia para o bebê, havia sido sua companhia no primeiro mês de casada. Depois das lembranças viu que estava sozinha perto da urna, havia duas vizinhas na janela e dois senhores conversando a meia voz na porta. Foi perguntar ao marido que estava rezando o terço, lá num canto do quintal:
_ Sílvio onde estão sua irmã e sua cunhada?
_ Não sei, devem estar dormindo. Lira entrou novamente na sala, olhou para os quartos certificou-se de que os dois estavam fechados. Sentou-se numa cadeira de recostar num canto da sala o marido logo veio para junto dela e ali Lira dormiu. Pela manhã acordou com um lençol cobrindo os seus joelhos que devem ter ficado à mostra pelo pouco comprimento do vestido. Foram andar um pouco no quintal, as casuarinas causavam certa solidão, tudo ali estava frio, parecia terreno abandonado. Lembrou-se do dia que encheu aquilo tudo com um grito a chamar o Pedro, seu irmão que viu passar lá longe na estrada, e a outra vez quando, o seu pai e o seu irmão Júlio, vieram fazer-lhe uma visita. Nesse dia soltou um grito no meio do caminho das velhas casuarinas:
_ Paaaaai...! Tão forte e alto que o vento levou o som por toda vizinhança...
Quando o cortejo saiu acompanhou o marido, mesmo sentindo vontade de ir embora para seu canto...
A experiência que teve em morar nesse lugar e agora na casa da irmã, obviamente foram satisfatórias por vários motivos, entretanto, agradecia a Arenil e Thereza pela acolhida, primeiro no quarto do Arenilto e por esse ano estar morando nos fundos, onde seu pai também pode ficar junto dela. Sem esquecer de agradecer a Thereza provedora da festa que ela não casou e o casamento propriamente realizado. No entanto sabe que as duas comemorações foram trabalhosas.Nesse Natal de 1970, Lira fez o jantar, depois de servir o marido, Lira pegou a caixinha de passas, sentando-se na cama, recostando na cabeceira, o menino dormia no berço ao lado. Silvio corre a se juntar a ela, ainda se aninhado Lira com dificuldades a penumbra a impede de abrir a caixa, pede ao Sílvio que abra. Ele ao pegar a primeira passa deu em sua boca a segunda comeu. Depois foi duas pra você e um pra mim... Ele sabia que ela gostava da guloseima mais do que ele. Quando começou os fogos anunciando ao nascimento de Cristo. Lira agradece a Deus por ter lhe dado um Natal feliz. Nessa hora Thereza bate na porta: _Abre essa porta vocês parecem bicho do mato, vamos me da um abraço de feliz Natal afinal esse é o primeiro de uma série de muitos!...Alegres abraçaram-se...
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