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Mazelas desabafadas sobre relacionamentos amorosos e amizade
Carol Gar

A amizade entre duas mulheres é algo um tanto quanto intrigante. Quando duas mulheres são amigas, parece não haver nada que obstrua essa relação. Uma amizade nasce quase sempre por afinidade, simpatia e isso é coisa de mulher mesmo. Não é raro ouvir a clássica : "Meu santo não bateu com o dela" e sem saber porquê, a possível amizade morre ali.
Tenho amigas que nasceram das situações mais bizarras do mundo. E se eu mencionar que duas delas das mais especiais, eram antes mulheres que eu jamais pensava me relacionar, acreditem.
O motivo é óbvio: HOMENS!
E quando não há um no meio, nunca é tarde para ele parecer.
Assim eu seguia minha vida. Sempre tive muitas amigas, mas muitas mesmo e nunca escondi nada delas. Tudo o que acontecia na minha vida, praticamente todas sabiam ao mesmo tempo. Tinha vezes em que eu simplesmente escrevia um e-mail contando as minhas desgraças no campo afetivo e o mandava para todas.
Não era por uma necessidade de ouvir opiniões, era sim, uma necessidade muito grande de dividir aqueles acontecimentos.
Pra falar a verdade fui assim e ainda sou. E muitas vezes saio contando por aí o que me acontece não só para minhas amigas. E olha que na maioria dessas vezes não estou bêbada. Ja contei minha vida para pessoas esperando o ônibus na rodoviária, para "amigas" de fila de banheiro, e até para quem eu acabo de ser apresentada numa festa ou qualquer ocasião. Não pensem que sou uma mala, alugando todas as pessoas com os meus problemas, mas acho que tenho uma contribuição na hora de contar as histórias. Uma coisa de fantasia, de suspense, de humor que sempre, ou quase sempre, todo mundo se interessa.
O que tenho pensado ultimamente é o que as pessoas levam das histórias que eu conto. Muita gente se fecha, não conta seus passos, seus planos por puro medo de fracassar, de dar errado, então eu fico pensando: será que de alguma forma essa minha mania de exposição de vida pode me prejudicar. Já ouvi isso de muita gente e ainda não mudei. E não é nem por que não consigo, mas porque eu simplesmente não tento mesmo,
Não vejo por agora possibilidade disso me prejudicar. Por isso vou contar também uma das minhas histórias para vocês.

Eu sempre tive um amor (sempre é exagero) mas começou quando estava para terminar a faculdade, foi uma coisa linda, mas toda errada     (como quase tudo na minha vida). Enfim, quando acabou eu demorei a pareceber. Claro que tudo foi narrado minuciosamente não só para minhas amigas, mas sim pra quem quisesse ouvir. Em pouco tempo todos sabiam de tudo. O tempo passou e anos depois conheci outra pessoa com quem comecei a me relacionar. O irônico é que os dois se tornaram amigos, não por minha causa óbvio, mas sim, por outro amigo em comum.
Não demorou muito comecei a saber que as pessoas achavam que eu estava a prosseguir com esse cara por pura provocação ao primeiro, o que em minha defesa discordo absolutamente.
O que aconteceu foi que a medida em que a amizade dos dois se solidificava meu relacionamento ruía.
Repensei e ainda repenso muito meu "relacionamento" anterior e acho que ele ainda influencia muito em minha vida, não tenho dúvidas.
Com a evolução da amizade dos dois lembrei de alguns estudos que ouvi falar sobre a amizade entre mulheres, sobre o bem-estar que ela proporciona. Como tive a oportunidade de experimentar essa sensação várias vezes, achava que nós, mulheres tínhamos realmente o poder da amizade em nosso favor, e considerei a hipótese de isso ser possível também aos homens.
Pois bem, no meio do caminho tinha uma amiga dessas que a gente confia mesmo e que é capaz de entrar no fogo e não apenas colocar a mão. Dessas que condenam muito qualquer prova de deslealdade entre amigas envolvendo homens. Que é sempre a primeira a se indignar quando acontece uma situação assim com conhecidos. E que quando acontece com ela é capaz de detonar o "culpado" que as vezes pode não ser tão culpado assim.
No meio do caminho tinha essa amiga, que ocasionalmente conheceu o segundo cara que mencionei. Claro que ela veio me contar que conhecera o indivíduo e que passara horas conversando com ele. E nessas conversas ele justificava seu afastamento da minha pessoa em consideração ao novo amigo. Tudo muito plausível.
Então entrou em ação no meu organismo outro poder das mulheres ainda em estudo. A intuição.
Vejam bem, a intuição é diferente de desconfiança. A desconfiança pode até surgir, mas a intuição é o primeiro passo.
Nossa conversa entre amigas continuou fluindo bem, falamos de outros assuntos, até que derrepende, não mais que derrepente, o papo mudou de rumo. Ela me questionou quanto a seus comportamentos rudes com aquelas que se envolveram com os seus outrora envolvidos.
E eu não sei dizer, mas eu sentia remorso na fala dela, culpa mesmo. Só não sei se era por ter feito comigo o que recentemente fizeram com ela, ou por arrependimento de ter julgado tão severamente aquelas que, digamos assim, pisaram no seu calo.
Confesso que estranhei tambem o fato dela só querer me contar pessoalmente (o que ainda não aconteceu) do seu encontro com ele.
Agora estou aqui, a confrontar meus sentimentos, sem saber se estou julgando mal a pessoa por quem eu mencionei acima que poderia entrar no fogo.
Isso está parecendo análise literária do tipo Capitu traiu Bentinho?
Eu realmente não sei, mas espero muito tomar conhecimento do que de fato aconteceu, ou está acontecendo. Sentirei é claro, não pelo cara; sim pela confiança.
Me pergunto até que ponto somos vulneráveis a esse tipo de acontecimento. Analisando a historia pelos 3 lados penso:
Homem tem a natureza, o instinto, se sentiu vontade não tira o time de campo
A amiga deveria ser solícita com o cara até que ponto? Ou será que deveria ser solícita?
E no meu lugar?

Só espero ser a pessoa que continua a deitar a cabeça em seu travesseiro tranquilamente. Que é o que vou fazer agora.


Biografia:
Enfermeira, estudante de medicina e professora voluntária de literatura.
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Biografias Eu nunca vou ser uma lady. Carol Gar
Crônicas Mazelas desabafadas sobre relacionamentos amorosos e amizade Carol Gar
Crônicas Sempre somar e dividir Carol Gar


Publicações de número 1 até 3 de um total de 3.


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