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Texto selecionado
O Porteiro Apaixonado |
ALINE BORTOLIN |
Resumo: http://confissoesdeumamenteinquieta.blogspot.com/ |
E mais um dia eu chego em casa cansada ou com pressa e o vejo de longe se preparando para me receber. Mal consegue conter a alegria que aflora dentro de si. Levanta e estufa o peito aguardando enquanto me aproximo. Aprumando a camisa para dentro das calças do uniforme que usa. Vejo o brilho de seus olhos e isso até que em alguns momentos me comove, sinto-me de certa forma um ser mais especial para o mundo – ainda que eu esteja divagando nas minhas tolas preocupações.
Cansado de puxar assuntos de desgraças e tragédias, vendo que nada me agradava, agora o pobre homem tenta contar as últimas notícias boas que leu no jornal que ele entrega aos moradores do prédio - prédio este que ele passa todos os dias de sua semana, abrindo e fechando a porta do elevador para quem quer que ali passe. Sua única função de poder é o momento em que impede a entrada de alguém no edifício. E o momento em que se sente mais importante, é o momento onde sabe que terá total atenção: a entrega de recados. Neste instante, provido de total atenção, o coitadinho mal consegue conter sua felicidade. Então, ao abrir a porta do elevador, o pobrezinho começa sua interminável sentença de frases agradáveis e gentis, como se apenas um “boa noite” não bastasse.
http://confissoesdeumamenteinquieta.blogspot.com/
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Biografia: Desde pequena sempre gostei de prestar atenção às pessoas, captar sua essência, seus trejeitos. Isso me levou para a área da comunicação, onde, buscando aprender a conquistar e persuadir "em massa" me tornei publicitária. A incansável busca pelos motivos que as pessoas se comportavam perante seus desejos de consumo me levou a me especializar em marketing. Ainda com sede de saber mais sobre como atrair pessoas, agora do enfoque de dentro da empresa, iniciei meu mestrado em Administração com ênfase em estratégias empresariais. Contudo, o fascínio pelo ser humano continuava a me acompanhar e passei a estudar e a vivenciar as artes cênicas, o que me trouxe grande auto-conhecimento e tirou aquele medo de me expôr que acho que todo mundo tem um pouquinho. |
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Publicações de número 1 até 3 de um total de 3.
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