Abriram-se as cortinas
Para mais uma prova de vida
Fraldas, mimos, cuidados
No primeiro ato, maravilhas
Dengos, beijos, sorrisos
Aí começaram as cobiças
Em passos pelas esquinas
Presenciei, tudo aos laços
Falsidades, brigas por quinquilharias
Trombetas tocavam os hinos
Desafinado, cantava sem iguarias
Hora abria, hora fechava
Às vezes sobia
O fôlego exalava
Por outras descia
Respirando fundo
O ponteiro sorria
No minuto seguinte chorava
Vivas, aplausos
Deitado, sentado ou em pé
Sempre em oração
De chinelo ou descalço
Nunca perdia a fé
Chorava de coração
Positivismo na frente
Cabeça erguida
Gestos imponentes
A representação seguia
Aplicava em mocambos
Exposto as críticas
Nos gráficos, ou balanças
Em azul ou vermelho
Presenciei os escândalos
Bravo, hurras
Fim do show
Acabei no desespero
|