Eu quero prurir neste tumor
E me intumescer de arte
Deixa que eu me inflame
Na infecção contagiosa
É meu momento esta insana dor
É tardia cesária,
dar à luz a cria...
Evora me devora de canção e poesia.
Não fosse assim, iria
definhar
aos poucos
de puro tédio, ou me juntar
à falta de ego
dos excluídos loucos.
Pega a veia, tira meu sangue
Vai pro tubo da tv e examina
Vê na testa, tenho febre
Me joga no chuveiro
Gelado
Preciso voltar
Ao morno são, salvo,
enjôo do acordar normal
Esse o mal
Que me pega e que me treme
O dia, a tarde, o amanhecer da noite
Eu quero tangos embriagados à
Luz do meio-dia
E ressacas só de mar
Rugir batendo a tarde sonolenta
Antes que chegue a noite
É quando eu nasço de novo.
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