Carregado de esperanças,
vivo a terra torta.
Duas cabeças prá cá,
meia prá lá.
Chamam isso de eternidade,
e, eu, posto guerreiro,
me enlaço em lata,
e vou de dor em dor,
em surdina,
suado, meigo-atroz,
entender lá essa
tal de eternidade !
Mas, isso, foi um dia
Não foi toda essa eternidade.
E disseram para me aquietar...
- a eternidade é passageira!
Iguais são seus cabelos escorrridos
que brandem de solidão ao vento empaledecido,
Como são os lírios que pedem luz
e seus lábios arraigados de melaço,
pedem sol.
Que haja silêncio,
mesmo em tal eternidade!
Dizem, chama lá o homem
do trem,
o carteiro de boas-notícias!
Tudo agora preso às costas
em amarrilhas coloridas
de duas luzes
nesta eternidade de dois costados.
Onde, uma me leva para mais longe
e outra me tráz mais junto.
De dualidade é vida
Lá é eternidade nas estrelas,
Mas é vida mal-passada,
varrida pela ágil pajem !
E tenho só duas.
Prá que vender
a outra?
Como faz o sol de outono,
que me virá dizer:
Oh! Bela eternidade
de duas angústias,
onde meu corpo foi pairar?
Antes, belo e cortejado,
E, em coro diziam:
Que belgro adocicado !
Se agora todos pisam nele?
E disfarçam a muita lama
em que dançam,
Em sussuros de
melaço de luz
e esquecimento!
Pisem...pisem
no burgo-mestre,
no homem de
duas eternidades!
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