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PRA CUMEÇÁ
Chico Caninde

Pra cumeçá
        Sou lavrador do ar e uma das ferramentas que tenho é a pá com ela lavro extensos campos de ar sem fim por vida afora com um trabalhador de eito no cultivar onde ninguém vê nada mas assucede das coisas estarem adonde ninguém pensa qui ta.
        De pá em punho lavro o ar tirando dele as coisas qui são demais as fuligem deixadas pelos canos dos carros e as queimadas nas matas.
        Este é o oficio de Zé Cambito e sendo assim ele atira-se nesta vida da lida pelo ar. Isso se assucedeu quando a chuva lhe feriu os coros ele ficou cheio de berebas intosses assucede que a água qui subiu pro céu veio com uma sujeira que tirava o coro dos viventes que gostavam de tomar banho na chuva e agora estão com medo pois na ultima chuva suja ficaram em folhas de bananeiras.
        Assucede de algumas pessoas vivas sentir o quisipassa e Zé Cambito não estava morto. Percebeu que o ar estava sujo e assim sendo a vida num vinga se vingar vinga doente. Se assucede de se o ar está bom a vida fica boa e os pulmões num dói.
        Então plantamos coisas boas no ar. Ai sim o ar está lavrado e cum a pá fazemos o ar lavrado sem sujeira mas se tiver alguma será só a sujeira do que é normal como se agente fosse ainda minino.
       Sabe mininos brincador de bola de meia no terreiro nas brincadeiras antes de ser home mas ser gente como os peixes que brincam entre os mosquitos e outros bicho vivos ali na sua infância que antes de sair d´s´águas são alimentos mas não são finados por isso todos os dias tem coisas para os peixinhos dos rios comerem e a gente come os peixinhos do rio. Assados frito e cuzidos.
       É uma coisa de teima ser palavrador. Pois que sabendo ser carece de enfrentar algumas dificulidades ver moinhos no sertão dos olhos das outras gentes que estão na minha frente como se sabe nós sempre temos outros amigos uns que latem e não mordem outros que zurram como o manso e paciente Intelectual que todo dia de manzinha esta sempre disposto pra ir junto cum nois – eu e meu avô pru roçado vai vovô na frente eu incima de Intelectual esse burrin é muito danadado Tuninha boa caçadora de preiá Xareu esse pega nhanbú no avuar e Rompeferro minino cachorin astucioso quando vê um Jacu levanta a patinha da frente no maior silêncio dando um rosnado bem baxin vovô puxa a ingrata e pum pá um Jacu no chão. O mais divirtido nisso tudo e que Intelectual Tuninha Xareu e Rompeferro tapa us´uvido com as pata da frente.
        Zé Cambito chama todo mundo e todos do mundo para verem os moinhos das íris dos olhos do grande amor como um Sol amarelin como uma fulô de Arruda. Ai intosses assucede da gente vê a primavera o palavrar fica florido e como outros palavradores do ar sentir sem sacrifício a estrutura das flores e vê o vuar da barbuletas atravessando o mar contra os ventos minuanos. Nesse dia Zé Cambito não veste calça xadrez e camisa listrada pois isso pra ele não combina.      
                                                                                                                                   Chico Canindé                                                                                                                                                          


Biografia:
Francisco Canindé da Silva. Em Artes Chico Canindé. Tenho minha vida ligada as artes, teatro desde o começo dos anos 70.Nos oitenta comei a desenvolver a po-Ética d´s´águas e o teatro d´s´águas.Por fim acabei criando o concieto de hidrocidadania po-Ética d´s´águas teatro d´s águas hidrocidadania. Este é meu isntrumento de trabalho. vejam o blog http://hidrocidadanianpteatrodsguas.blogspot.com/
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