A Escola é considerada como primeiro espaço formal onde se dá o desenvolvimento de cidadãos, nada melhor que por ela se dê o contato sistematizado com o universo artístico e suas linguagens: arte visual, teatro, dança, música e literatura. Contudo, o que se percebe é que o ensino da arte está relegado ao segundo plano, ou é encarado como mera atividade de lazer e recreação.
Durante muitos anos tem se falado e escrito sobre a necessidade da inclusão da arte na escola de forma mais efetiva, pois é reconhecido por diversas instâncias que a mesma se faz necessária para um melhor desenvolvimento das habilidades próprias de cada indivíduo.
Desde 1971, pela Lei 5692, a disciplina Educação Artística torna-se parte dos currículos escolares. Muitos Educadores deveriam ao menos estar preparados para entender a arte de tal importância e relevância equiparada a outras disciplinas do currículo escolar. Mas observamos que de fato infelizmente essa valorização pouco é encontrada.
Alguns fatores vêm reforçar a postura inadequada de que o contato com o universo mágico da arte é importante, mas desnecessário. Esta contradição vem sendo objeto de reflexão e prática por parte de órgãos da educação, interessados em reverter à situação em favor de uma escola que valorize os aspectos educativos contidos no vasto âmbito da arte.
Valorizando não só a necessidade da arte, mas reconhecendo a sua capacidade transformadora, observa-se que algumas personalidades artísticas como: Aleijadinho, Vicent Van Gogh, Leonardo da Vinci, José Carlos Martins, Andrea Bocelli e Beethoven que enfrentaram suas deficiências, acreditaram em suas habilidades e tornaram-se grandes ícones de superação. Com essa visão verifica-se que o fazer artístico e a fruição estética contribuem para o desenvolvimento de crianças e de jovens, tendo a certeza da capacidade que eles têm de ampliar o seu potencial cognitivo e assim conceber e olhar o mundo de modos diferentes. Esta postura deve estar internalizada nos educadores, a fim de que a prática pedagógica tenha coerência, possibilitando ao educando conhecer o seu repertório cultural e entrar em contato com outras referências, sem que haja a imposição de uma forma de conhecimento sobre outra, sem dicotomia entre reflexão e prática. Esta maneira de propor o ensino da arte rompe barreiras de exclusão, visto que a prática educativa está embasada não no talento ou no dom, mas na capacidade de desenvolver as habilidades de cada um. Dessa forma, nós enquanto educadores somos estimulados a arriscar-se e a entrar neste mundo mágico da arte e contribuir com a criatividade, superação e valorização dos nossos alunos ao desenhar, representar, dançar, tocar, escrever, pois trata-se de uma vivência, e não de uma competição.
ALEXANDRA CASTRO ALVES RODRIGUES.
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