Resumo: Por muito tempo a educação infantil foi tratada apenas em seu aspecto assistencialista, um local para a criança ser cuidada em suas necessidades básicas e brincar. Atualmente é um segmento da educação básica, garantida por lei às crianças de 0 a 5 anos, um lugar para cuidar e educar visando o desenvolvimento integral do indivíduo. Nesse contexto de ensino e aprendizagem não pode deixar de haver a avaliação. A proposta é que o educador passe a refletir sobre a aprendizagem, sobre o percurso percorrido pela criança, seus avanços e suas dificuldades. No entanto, este é um grande desafio, pois lidamos com classes heterogêneas, e para realizarmos uma avaliação coerente é necessário um olhar individual. |
AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A resolução n° 5 de 17 de dezembro de 2005 fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Dentre tantos assuntos também contempla a avaliação e como ela deve ser realizada em âmbito nacional:
As instituições de Educação Infantil devem criar procedimentos para acompanhamento do trabalho pedagógico e para avaliação do desenvolvimento das crianças, sem objetivo de seleção, promoção ou classificação, garantindo:
-A observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano;
-Utilização de múltiplos registros realizados por adultos e crianças (relatórios, fotografias, desenhos, álbuns etc.);
-A continuidade dos processos de aprendizagens por meio da criação de estratégias adequadas aos diferentes momentos de transição vividos pela criança (transição casa/instituição de Educação Infantil, transições no interior da instituição, transição creche/pré-escola e transição pré-escola/Ensino Fundamental);
-Documentação específica que permita às famílias conhecer o trabalho da instituição junto às crianças e os processos de desenvolvimento e aprendizagem da criança na Educação Infantil;
-A não retenção das crianças na Educação Infantil.
Para analisar o processo de aprendizagem e desenvolvimento da criança na educação infantil, lemos na Orientação normativa nº 01/2013:
Partindo do pressuposto que “a avaliação será sempre da criança em relação a si mesma e não comparativamente com as outras crianças” (MEC, 2012), entendemos que avaliação deve servir para registrar as situações/experiências vividas pelas crianças no dia a dia, enfatizando suas descobertas e aprendizagens, considerando o princípio de que a avaliação é um processo contínuo, para identificar suas potencialidades, interesses e necessidades.
A avaliação na educação infantil não tem como objetivo classificar as crianças, nem tampouco servir como promoção e acesso a turmas mais avançadas, nem mesmo para as que vão cursar o ensino fundamental no ano seguinte. Seu objetivo principal é o de acompanhar o desenvolvimento de meninos e meninas em seu processo educativo e, por consequência avalia-se também o trabalho pedagógico desenvolvido pelo professor.
Para uma avaliação eficaz o educador de educação infantil deve lançar mão de uma documentação pedagógica, a qual compreende diversos registros de todo o processo educativo, podendo ser fotos, vídeos, produções das crianças como desenho, esculturas, pinturas, entre outros, e o registro das observações feitas pelo professor assim como sua interferência e estímulo frente aos desafios apresentados durante o cotidiano escolar.
Tal avaliação também norteará o replanejamento das ações pedagógicas e as intervenções educativas necessárias.
Como cita Hoffman (2012) p.28 “A observação criteriosa, cuidadosa e o respeito ao ritmo de cada criança são aspectos que também precisam ser considerados nesse processo.”
Para que essa avaliação seja efetiva o professor terá um local para registrar a trajetória educacional de cada criança, assim poderá ser produzido um portfólio individual ou coletivo, nos quais o processo de desenvolvimento seja registrado.
Como Documentação Educacional, o relatório descritivo é uma forma eficaz para registro final do processo educativo.
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