Da janela só registrei o tempo
Percebi que a vida é um labirinto sem rumo
Onde a felicidade faz ponto, é um desafio.
Senti a incrível sensação
que o poente se fez aurora em meu mundo, me seduzia.
Seria mera ilusão, ou minha natureza insiste em ser poeta?
Assisto com os olhos do coração,
procurando algo além da razão
Já me culpei por tantos fracassos,
e me fechei por não saber preencher
nem mesmo um simples currículo,
por não perceber a separação dos valores reais.
Muitas vezes do poeta, pedi a alma emprestada
Dos amantes o tesão do ímpeto de amar.
Algumas vezes abandonado me sentia vítima do mundo,
mas ainda encontrava refugio
nas deliciosas cenas de verão que vivi em euforia
ou ainda na capela interior de meu coração a orar.
Ja me senti pessoa linda por fora e miserável por dentro
Percebi que meus códigos de barras, cobravam mais do que deviam.
Quantas vezes chorei
Quantas escrevi poemas do nada,
Muitos embalados pela canção da ausência,
de verdadeiras paixões vividas;
amores deixados esquecidos, mas existentes, persistidos.
Gritava ao vento a quem quisesse ouvir
Esse amor que não morre
amor que não desencanta, que vive em mim
como se morasse em condomínio de Deus
e assim cresci
chorei, me senti menina mulher
e da janela
percebia que de braços abertos a vida me sorria
e com urgência me colocava diante de uma sábia saída.
E...o tempo passando como relógio parado,
mostrava o retrato de mulher que fui um dia,
um belo artesanato feito de amor.
Olhei-me então profundamente
e vendo a vida de nada que estava levando,
voltei ao meu prefácio
e percebi que no bolo fantasia que criei com rosas brancas,
escrevia poemas feito rebentos,
que só tinham valores para mim.
Essa sensação de confronto com meu ser,
fez-me deixar para trás os entulhos que se acumularam,
pensei então em fazer poemas para um mundo melhor e
juntando todos os ingredientes, até os opostos, e
percebendo nas fotos amareladas, o sorriso dos antigos amigos
das grandes tardes de blues,
disse ao mundo
o menino só cresce
quando se perde e se acha
em seus próprios labirintos
precisa viver, crescer
mas nunca morrer
e diante de tudo isso
Eis me aqui
Sobrevivi.
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Biografia: Denize Vieira, Carioca, Poeta, Jornalista,participante ativa de projetos Sócio-Cultural como Coordenadora Cultural da ABRACI. Livros lançados:" A Força do Amor" 2003 - " Miscelânea" 2006. Participação em nas coletâneas: Poesia Simplesmente, POVEB, ABRACI, AGENDA LITERÁRIA 2008...
Lema de vida “Obstáculos são desafios a capacidade de jogar o jogo da vida”
Por isso ainda estou aqui.
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