Agostinho Carrara, do seriado ‘A Grande Família’, era um sujeito boa-praça. Um “malandro do bem”. O seriado caiu no gosto do brasileiro e durou bastante. Mesmo não sendo um assíduo espectador, eu sabia que aquele cara com um visual retrô (anos 70) estaria lá.
Mas, com o fim do programa, tivemos a infelicidade de conhecer o ator Pedro Cardoso. Curiosamente, aquele cara tranquilo, legal, foi revelado um ator neurastênico, irritadiço, raivoso e ressentido. Essa diferença de temperamento exemplifica como ele interpretou bem o papel. Mas parece que existe um ressentimento por ser lembrado e perseguido por seu único personagem de sucesso: Agostinho Carrara.
Seu alter ego ideal, mas inalcançável, é um cara muito mais legal que ele próprio, portanto, sua antítese. O personagem continuará assombrando a existência do ator. O rancor com a Globo ilustra o ódio com a empresa onde nasceu, cresceu e viveu Agostinho Carrara.
Quando aparece em público, o ator José de Abreu também vive disparando sua “metralhadora cheia de mágoa”. Diferentemente de Pedro, José não interpretou nenhum personagem marcante e, pelo que lembro, sua atuação era de sujeitos cafajestes. E, por sua conduta, seu papel não exigia nenhum laboratório, apenas ser ele mesmo.
Zé de Abreu é uma curiosa espécie que se defende cuspindo. Um documentário, de vida animal, seria ideal para flagrar esse comportamento deplorável. Só não é recomendável chegar perto da criatura cuspidora.
Não por uma coincidência, ambos têm as mesmas ideias políticas. Ao mesmo tempo que isso obriga os ex-globais a defender ideias moralmente condenáveis e adotar e disseminar diretrizes formuladas por pessoas de caráter, para “pegar leve”, duvidoso.
Sair da emissora carioca deveria ser como deixar qualquer empresa. Porém, seus ex-funcionários criam uma tal dependência, que uma previsível demissão passa a parecer um grave abandono.
Obs: a minha superficial análise pode descrever com exatidão os perfis psicológicos; porém, pode estar tudo errado, e eles são só pessoas chatas.
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