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No Princípio era o Verbo
Flora Fernweh

No início era o verbo
E o verbo estava voltado para o escritor
E o verbo era o Criador
Ele estava no princípio com o poeta
Todas as coisas foram escritas por Ele

Parafraseio sem medo do castigo
Minha escrita é o céu da perdição
Porque sagrada, a verve da palavra
Porque bíblica, a manuscrita redenção

Somente a letra me faz ajoelhar
à procura da inspiração lapidada
No fascínio do desconhecido
Na fé que nutre a rima exata

O nada, sucinto substantivo
Inexistir é um verbo antigo
O verbo é tudo o que não é
É o que foi e tudo o que virá

Do princípio ele se fez
Antes da vida nascer
E no fim dos tempos ele será
Única testemunha do que restou

Apocalíptico em seu vagar
Reconhecível à alma leve
Sensível ao corpo breve
Eterno sopro do seu durar


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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