Até que nível pode chegar a “obrigação” de pagar pedágio ideológico? No meio artístico é um suicídio profissional dizer algo que pareça “de direita”. Dependendo da “sorte”, as escolas, as universidades, as redações e outros territórios podem ser inóspitos para quem não rezar a cartilha “esquerdista”. Palavras-chave indicam a orientação política e se o incauto é um aliado ou uma potencial vítima. Se for detectado um direitista infiltrado, este será rotulado de coisas como: fascista, nazista, negacionista, terraplanista etc. Os xingamentos são tão profundos quanto chamar alguém de bobo, feio ou cara-de-melão.
Esse ambiente é responsável pela ocorrência de trotes universitários constrangedores e violentos. Entra-se nessa onda para fazer parte da turma e não ser afastado para um tipo de ostracismo. Com as possibilidades que a modernidade dispõe, o cancelamento é o instrumento mais rápido e eficaz de sufocar o que é vital para ter uma vida social: as redes sociais.
Recentemente, muitas pessoas foram “obrigadas” a fingir uma adesão à causa Palestina. Mas a possibilidade do ser humano se voluntariar a todo tipo de ato vergonhoso não tem limite, então, vestuário, música e uma dancinha árabe foram integrados ao pacote. Homens e mulheres ocidentais, sem sequer saber o significado, ostentaram um tipo de véu islâmico, como Yasser Aratat e mulheres reprimidas do Oriente Médio, respectivamente.
Logicamente, esses “árabes” ocidentais de última hora não devem localizar ao menos a Faixa de Gaza no mapa-múndi, muito menos o que é o Hamas. E se o Hamas cruzar com alguns desses brasileiros “islâmicos”, não fica um, meu irmão. Com um Oceano Atlântico, um continente africano e um Mar Vermelho de distância, todos esses guerrilheiros de ‘Counter-Strike’ sentem-se homens-bomba; entretanto, perto de um árabe com uma faca de pão, viram o ‘Pato Donald’ de camiseta do Hamas.
Uma outra novidade é o antissemitismo como ferramenta de pedágio ideológico. O ódio a judeus foi incutido nos estudantes, justamente por serem muito jovens e suscetíveis a fazer qualquer coisa para não desagradar os veteranos, integrar uma turminha e saciar a necessidade de aceitação.
Entretanto, todo esse dodói cognitivo e o entulho ideológico tendem a sarar com o fim da mesada, a maturidade e alguns boletos. Fica a vergonha de ter vestido o véu islâmico, ter apoiado um grupo terrorista e ter, de mãozinhas dadas, feito uma dancinha árabe.
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