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Em seu livro Triste Fim de Policarpo Quaresma, o escritor Lima Barreto retrata os símbolos, os monumentos históricos e as riquezas naturais do Brasil a partir de uma perspectiva patriótica. De modo análogo à obra, pode-se considerar a atividade turística como um importante elemento de valorização cultural e de desenvolvimento da economia brasileira, uma vez que o turismo amplia a geração de renda e proporciona o acesso à informação. Nesse sentido, infere-se que a heterogeneidade de paisagens e as diversas tradições que compõem o Brasil facilitam a promoção e o incentivo da atividade turística, o que contribui para a geração de empregos, além de fomentar investimentos públicos na esfera cultural.
Primeiramente, convém ressaltar que uma parcela significativa da população brasileira desconhece os aspectos culturais e identitários do próprio país em que vive. Tal comportamento se acentuou ainda mais com o advento da globalização, inclusive no âmbito do turismo. Observa-se, por exemplo, que o turismo nacional ainda é colocado em segundo plano, o que reforça a “síndrome do Vira-Lata”, enunciada pelo pensador brasileiro Nelson Rodrigues, que afirma a preferência por tudo aquilo que é estrangeiro. Desse modo, realça-se a falta de credibilidade no potencial do patrimônio turístico brasileiro e o desconhecimento acerca de acervos, museus e exposições que poderiam ser melhor explorados, com o intuito de movimentar a economia e promover dinâmicas histórico-artísticas.
Ademais, reconhece-se que o turismo é uma importante fonte de renda para muitos setores da população, que no Brasil, lucram com eventos regionais, celebrações típicas e com a gastronomia. Para exemplificar, pode-se citar o considerável fluxo de turistas na região de Salvador, que engloba manifestações da cultura açoriana e seus respectivos elementos, como a tradição do acarajé e da venda das rendas de bilro. Outrossim, o setor turístico se insere no plano econômico do país por meio de serviços de transporte, ecoturismo e hotelaria, visto que o turismo é responsável por mobilizar vários segmentos e impactar no comércio e no cotidiano de uma localidade, o que demonstra a importância da preservação dos costumes e da boa recepção dos viajantes.
Portanto, diante do valor étnico e histórico que o turismo brasileiro assume, além de sua imprescindível manutenção para o progresso econômico de diversas regiões e comunidades, torna-se necessária a elaboração de políticas públicas voltadas à ampliação da atividade turística por parte do Ministério da Cultura, em consonância com as prefeituras locais por meio da emissão de verbas destinadas à permanência dos saberes tradicionais, à revitalização urbana para acolher os turistas e à valorização de profissionais do ramo turístico. Assim, com a intenção de estimular o turismo e de encontrar nessa prática, uma fonte de renda a longo prazo, será possível oferecer à população, uma perspectiva cultural atrelada à economia de forma consciente e engajada.
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