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A ciência misteriosa
Giulio Romeo

Numerologia, Astrologia, magia, Tarot, significado dos sonhos e até a Cabala. Quem nunca teve interesse por esses temas? - Todos ligados ao Ocultismo, a ciência sem explicação em relação a outras ciências tradicionais, mas com forte e significativa influência nessa dimensão – O que essas correntes têm em comum, além da admiração e por vezes fascínio, entre aqueles que buscam respostas para aquilo que não compreendem, desconhecem ou ignoram?

As ciências ocultas, um estudo profundo que significa conhecimento desvelado, saberes compartilhados por uma determinada parcela da sociedade é um paradoxo do que usualmente nos é dito sobre o conceito de ciência, moderna e contemporânea (busca compreender fatos e verdades, leis naturais da vida, para saber e explicar como o universo funciona). Poucos possuem a cognição e o entendimento sobre o que não seria trivial, normal, entre as ciências tidas e aclamadas como “conhecidas”.
Os antigos mistérios, entre eles, o hermetismo, a astrologia, a magia, a alquimia, a teosofia, o significado dos números, o plano astral, a geometria sagrada, a cabala e o significado do Tetragrammaton (YHWH).
Na verdade, são segredos escondidos entre milênios e que aos poucos e sem causar alarde, vão sendo introduzidos em todas as áreas da ciência moderna. O estudo mais misterioso entre as teorias cientificas, a sabedoria desvelada sobre os símbolos usados pelos antigos magos, alquimistas, astrólogos, maçons e cabalistas.

Ocultismo é o conhecimento do oculto. São descritos como milagre, portento, assombro, acontecimento, ocorrência, fato, evento, episódio, caso, por não ter explicação satisfatória ou cientifica, em relação ao parco conhecimento que possuímos sobre as verdades da vida e de Deus.

O ocultismo é uma linha mais específica do esoterismo (O esoterismo abrange uma gama vasta de ideias e movimentos, como: filosofias, doutrinas, religiões e correntes). Para os seus adeptos, trata-se do estudo da realidade espiritual mais complexa, enigmática e misteriosa. Abrange fenômenos de todo tipo: espirituais, cósmicos, físicos, psicológicos, entre outros. Fundamenta-se naquilo que não está ao alcance da nossa percepção material e da nossa compreensão básica e doutrinaria.

O esoterismo ocidental é a manifestação de um sincretismo religioso baseado na cosmologia que envolve as descobertas da natureza, a ciência, a filosofia e a dimensão espiritual religiosa.
A dimensão espiritual mostra-se, essencialmente, como a dimensão da vivência da liberdade e da responsabilidade, e nada se identifica com um caráter moralista pelo qual o indivíduo se obrigaria a agir de acordo com normas introjetadas, mas caracteriza-se justamente pela capacidade de responder, isto é, pela liberdade atuante no momento em que o homem responde ou se posiciona diante das circunstâncias presentes.
Crença na ação ou influência dos poderes sobrenaturais, paranormais ou supranormais.
O estudo desses fenômenos; o conjunto das artes ou ciências ocultas, como a magia, o espiritismo e a astrologia. O conhecimento do paranormal, em oposição ao "conhecimento do mensurável, do medível, comensurável, determinável, dimensionável, dimensível, apreciável, verificável, calculável, estimável", geralmente referido como ciência lógica.

Com o arranjo dos diversos saberes em ramos específicos da Ciência Moderna a partir do século 19, o conjunto de saberes das Ciências Ocultas foi banido da ordem taxonômica das Ciências. Os conhecimentos da Tradição ficaram resguardados no campo do discurso esotérico, oralmente repassados aos iniciados das várias Seitas e Sociedades Secretas.

Este domínio de saberes inclui o helenismo, o estoicismo, o gnosticismo, o hermetismo, todos somados ao modelo da doutrina Abraânica. Não é à toa que o Cristianismo se preocupou grande parte em organizar e sistematizar estas escolas da Tradição que serviram de orientação teológica às ordens seculares.

O termo é, por vezes, entendido como conhecimento do que "destina-se apenas a certas pessoas" (Muitos se autodeterminam “Escolhidos”) ou que "deve ser mantido escondido" (E para o perfeito entendimento é necessário estar aberto a novas descobertas e novas teorias), mas para a maioria dos praticantes ocultistas é simplesmente o estudo de uma realidade espiritual mais detalhada, mais profunda, que se estende além da razão pura e das ciências físicas. Os termos "esotérico" e "arcano" têm significados muito semelhantes e, por vezes, são intercambiáveis (permutáveis, trocáveis).

Essa linha de estudos não tem nada de sombrio, sombroso, umbroso, umbrífero. Na verdade, ela é apenas um pouco mais misteriosa, já que procura estudar práticas espirituais (A espiritualidade pode ser definida como um conjunto de valores morais, mentais e emocionais, que norteiam pensamentos e comportamentos), as quais não são de conhecimento geral. Ou seja, ela estuda situações e fenômenos, que de certo modo, são escondidas, subentendidas, subjacentes e disfarçadas do restante da sociedade, que se alimenta com pouco conhecimento ou estão fadadas a seguirem normas, conceitos e liturgias impostas e proibidas de questionamentos ou dúvidas.

O ser humano sempre teve uma necessidade insaciável de buscar respostas para aquilo que não compreende. Graças a esta curiosidade inquieta temos a ciência e obtivemos inúmeros avanços na história da humanidade. Mas como lidar com aquilo que se mantém inexplicável e que nem a religião consegue abranger?

No século XVI, o termo “ciências ocultas” era usado na Europa para se referir a astrologia, alquimia e magia natural. Mas a palavra “ocultismo” e o significado como o conhecemos hoje, surgiu na França do século XIX, associado aos grupos esotéricos franceses conectados a Éliphas Lévi e Papus. Em 1875 a palavra foi inserida na língua inglesa pela russa Helena Blavatsky, cofundadora da Sociedade Teosófica (Teosofia: conjunto de doutrinas religiosas de caráter sincrético, místico e iniciático, acrescidas eventualmente de reflexões filosóficas, que buscam o conhecimento da divindade para alcançar a elevação espiritual - doutrina espiritualista fundada nos XIX por Helena Blavatsky, ligada à tradição ocultista e às religiões orientais; teosofismo). Dizia Blavatsky: “o verdadeiro Ocultismo ou Teosofia é a 'Grande Renúncia ao eu', incondicional e absolutamente, tanto em pensamento como em ação”.

Outros ocultistas famosos: Aleister Crowley, Charles Leadbeater, William Westcott, Annie Besant, Dion Fortune, Alice Bailey, Samuel Mathers. E os bruxos e magos mais famosos que utilizavam das ciências ocultas como prerrogativa as suas experiencias e pesquisas: Nicholas Flamel, Chaim Samuel Jacob Falk, Paracelso, Hew Draper, Cornelius Agrippa, John Dee, Edward Talbot, e o filosofo e sábio, estudioso da mente humana, Phineas Quimby.

O que tornou o ocultismo tão universal foi sua capacidade de se relacionar com aspectos comuns a praticamente todas as sociedades humanas, como adivinhação, magia, bruxaria e alquimia. A concepção que se tem de ocultismo no mundo ocidental subentende a existência de alguma filosofia secreta destinada às práticas ocultas. Há religiões que dizem que a reencarnação torna as pessoas melhores, menos agressivas, mais compreensivas e capazes de sentir as mazelas alheias e essa premissa também estuda o entendimento oculto da “Verdade”.

O ocultismo não só procura estudar coisas desconhecidas, como também procura encontrar a origem de todas as religiões, pensamentos e filosofias. Inclusive, essa ciência busca informações pelo caminho mais confiável e completo. Os ocultistas procuram encontrar toda a veracidade da história.

Temos como ciência primitiva entre o entendimento em ciência oculta e seus mistérios, o Hermetismo (A principal fonte helenística vem do Corpus Hermeticum, textos associados a Hermes Trismegistos que abordam astrologia e outras ciências ocultas de restauração espiritual).
Essa filosofia seria derivada primordialmente da magia e da alquimia helenística de um lado, e do misticismo judeu do outro, a Cabala (é o sistema hebraico de interpretação bíblica por meio da combinação de letras do alfabeto.
Mediante o valor numérico das letras hebraicas, suas combinações e anagramas, pretendem obter uma interpretação esotérica das Sagradas Escrituras). Uma interpretação mística da Torá que ficou conhecida entre estudiosos europeus na Idade Média e que se tornou ligada aos textos herméticos durante a Renascença. A união destas influências ficou conhecida como hermetismo, incorporando ao mesmo tempo a magia na teoria e na prática.

A alquimia também acabou sendo incorporada ao hermetismo e tal laço foi estreitado no início do século XVII com o surgimento do movimento Rosacruz, uma sociedade supostamente secreta que utilizava símbolos alquimistas e ensinava conhecimentos secretos aos seus seguidores. Esta “alquimia espiritual” sobreviveu à ascensão das ciências empíricas e permitiu que o hermetismo passasse ileso pelo Iluminismo (O Iluminismo, que substituiu a visão de um mundo guiado por forças sobrenaturais, abriu espaço para o existencialismo e as responsabilidades individuais).

O hermetismo foi estudado por alguns maçons entusiastas que não encontravam a filosofia oculta na maçonaria. Isso levou a crença a uma adaptação do ocultismo que se afastava um pouco do hermetismo, conectando-se mais ao espiritismo e à teosofia, que misturou as crenças ocidentais ao misticismo oriental.

Antigamente, quando havia muito menos descobertas e avanços científicos do que hoje, muitos fenômenos inexplicáveis eram considerados ocultismo. Na Idade Média, por exemplo, o magnetismo era considerado uma ciência oculta, já que as pessoas não tinham uma explicação racional para sua ocorrência. A própria teoria de Isaac Newton para a gravidade foi acusada de ocultismo.

Outra característica que afastou de certa forma o ocultismo do esoterismo (em tese e em base, mas não em crença) foi o distanciamento de práticas cristãs. Ao rejeitar o cristianismo, muitos ocultistas voltaram-se a crenças mais antigas e distantes do que a religião de Cristo. Isso levou o ocultismo a se aproximar do paganismo e de religiões e filosofias asiáticas, como o hinduísmo e o budismo – vários praticantes acabaram se aproximando das duas possibilidades.

Apesar de existir naquilo que a ciência cotidiana e utilizada na atualidade não consegue explicar, as práticas ocultas não rejeitam o progresso científico. Os ocultistas buscam soluções alternativas, numa tentativa de integrar tais progressos e deixando o vazio do materialismo ainda mais aparente. Ou seja, o ocultismo ainda estaria ali para preencher o inexplicável vazio da alma.
Estes ocultistas também deram ênfase à jornada espiritual de cada indivíduo. Tal busca foi encorajada pelas ciências ocultas europeias, como a alquimia e rituais de magia, e orientais, como o yoga.

O ocultismo pode até ter começado em círculos mais fechados, mas abraçou as mais diferentes crenças, filosofias e a busca pela espiritualidade (Nem ciência, nem religião e nem mesmo oculto nos dias de hoje). De horóscopos a yoga, há milênios ele se faz presente na vida das pessoas e as ajuda a procurar respostas para os dilemas mais íntimos do nosso ser.

E tudo que não é tangível, ou seja, material, passou a ser combustível dessa busca incessante da origem. Ciência totalmente espiritualizada.
E foi dela, basicamente, que nasceu o conceito da existência de Deus...!


Biografia:
Professor de Ciências da Religião, Teólogo e Pesquisador de Ciências ocultas. Procuro a verdade e quero compartilhar meus estudos sobre o comportamento filosófico e religioso de povos e comunidades, que tem a fé, como sustentáculo de sua existência tridimensional.
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