Fica de presente
a fila de minha dor;
arruma nela
seu pranto e cor.
Entra com adornos
e enlaça o que me resta
com seus traços
que te revoam à testa.
Entra com a festa
que eu entro com a perda;
entra com a fresta
que eu me deixo lerdo.
Entra com o amor
que eu fecho as portas;
entra com seu milagre
que eu o percorro toda sua cor.
Sou marinheiro e fico à estibordo,
quando encalho nos vestais de seus olhos,
nado e permeio de sal - igual aos cordos!
Mas não me deixe sozinho, pois de sozinho,
encolho!
Sou fácil e corrediço
não faço questão disso!
Se perdi, perco de novo,
se ganhar, faço a festa de dengo,
afinal, não fui eu quem descobriu
que o milagre não é coisa daqui.
Nasceu em seu corpo, ao lento,
e me mostrou que, às vezes, o
melhor caminho é o do vento,
pois trás você de volta
numa roda que até
criança faz chorar!
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