De acordo com o escritor francês Victor Hugo, “é triste pensar que a natureza fala, mas que o gênero humano não a ouve”. Do mesmo modo, percebe-se que a ascensão econômica em detrimento do bem-estar ecológico persiste no mundo contemporâneo, com suas respectivas problemáticas. Nesse sentido, pode-se inferir que a conciliação entre desenvolvimento e meio ambiente se consolida como um desafio geopolítico, uma vez que se insere nas dinâmicas de interesse global, além de ser permeada por uma lógica produtiva que privilegia o lucro e dita os rumos futuros da sustentabilidade.
Primeiramente, convém ressaltar que a adoção de um padrão de vida liberal, pautado no consumismo exacerbado e na obsoletização programada dos produtos, contribui com o impasse entre ecologia e economia, sendo intensificado por muitas corporações que priorizam o lucro e por estratégias de governos que visam a supremacia, acima dos custos ambientais e sociais. Todavia, dados do IBGE indicam que mais de 54% das empresas que investem em sustentabilidade, objetivam se adequar aos códigos ambientais. Ou seja, pode-se notar que a preocupação ecológica é um fator que agrega valor aos produtos e melhora sua reputação, configurando-se assim, como uma exitosa tentativa de conciliação.
Outrossim, é perceptível a interconectividade entre as nações, no que diz respeito às vantagens naturais e energéticas. Partindo de uma análise histórica, pode-se ilustrar tal afirmação a partir dos resquícios do Neocolonialismo, visto que muitos dos países africanos que foram superexplorados no século XIX pelos europeus, hoje constituem nações ambientalmente degradadas e em crise, além de corresponderem ao destino de um percentual do lixo industrial produzido em países desenvolvidos, sem que ocorra um suporte financeiro na mesma proporção. Ademais, depreende-se que no Brasil, a soberania sobre os recursos do território ainda é um desafio à preservação, sendo que a aplicação da Lei sobre a utilização dos mesmos é dificultada em razão dos conflitos de interesses.
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Biografia: Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. |