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Doenças mentais e seus estigmas
Flora Fernweh

Em sua obra “O Alienista”, o escritor brasileiro Machado de Assis retrata o estigma social diante dos distúrbios psiquiátricos que acometiam a população brasileira no século XX, de modo crítico e irônico. De forma análoga, observa-se a persistência de preconceitos naturalizados frente aos transtornos de ordem psicopatológica na sociedade contemporânea, o que se configura como um desafio para o avanço científico de métodos relacionados à saúde mental e para a inclusão dos pacientes em um meio que os acolha e respeite as suas condições.

Apesar das mazelas estruturais presentes no Brasil, torna-se nítido o esforço na área da saúde, com o intuito de promover a reabilitação nos diversos âmbitos da vida dos pacientes. Entretanto, conforme uma pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP), em 2018, a depressão consolidava-se como a motivadora primordial de 80% das doenças no nível somático dos brasileiros. Tal dado demonstra o descaso perante a saúde emocional, e sugere para além da desconstrução de um olhar negativo, uma revisão das práticas integrativas, uma vez que os danos das doenças psiquiátricas geram efeitos na vida pessoal e relacional do cidadão.

Ademais, verifica-se que a exclusão da parcela populacional em centros de atenção psicossocial, é um fenômeno historicamente enraizado. Nota-se que a desinformação permeia o imaginário de muitos brasileiros, o que faz com que os pacientes ainda sejam vistos sob a mesma perspectiva do contexto do Hospício de Barbacena, em Minas Gerais, que outrora constituiu-se como um recinto de violência e animalização dos doentes. Da mesma forma, infere-se que o preconceito se faz presente no que tange ao desenvolvimento da psicoterapia como prática.

Diante de um cenário marcado pela baixa receptividade social das doenças mentais e pela pouca visibilidade das mesmas, é imprescindível que o Ministério da Saúde atue em consonância com o Ministério da Educação na emissão de verbas para a implantação do projeto “Mente Aberta” nas escolas, com a intenção de promover diálogos sobre a saúde mental entre crianças e adolescentes em todo o território nacional, oferecendo assistência infanto-juvenil por meio de debates, conversas e palestras com profissionais especializados. Deste modo, assegura-se uma educação mais inclusiva que se estende para as demais esferas na luta contra o estigma.


Biografia:
Sobre minha pessoa, pouco sei, mas posso dizer que sou aquela que na vida anda só, que faz da escrita sua amante, que desvenda as veredas mais profundas do deserto que nela existe, que transborda suas paixões do modo mais feroz, que nunca está em lugar algum, mas que jamais deixará de ser um mistério a ser desvendado pelas ventanias. 
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