Com os lábios dos sentimentos calados,
prendendo meu choro, minha dor, no seio d'alma.
meus olhos vertem águas que não sei de onde vem,
mas são vertidas para aliviar o peso de minhas asas.
Caio alquebrada diante das palavras,
um mero traço, um bálsamo para o coração,
devoro-as todas, tomo-as para mim,
mesmo sem saber se de fato o são.
E com elas presas dentro em minha alma,
é que parto para outras terras, ao sul de mim,
para ver minhas folhas e raízes, encontrar-me enfim.
No colo da mãe terra quero me enrolar,
em seu seio meu choro forte entregar, e com ele a dor,
sentir seu alento, seu carinhar, ouvir suas doces palavras de amor.
Maria
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