Me perco devagar
nas bruma da noite
que se aproxima.
São as incógnitas
da vida que deixei
de viver.
Me perco em seu corpo
que viaja longe,
sem destino,abusando
das graças do passado,
evitando o presente,
refazendo imagens
do futuro,
onde minha fuga
é de fogo e dor.
Viajo devagar,
pois meu corpo
nunca teve dono.
Se teve,
está perdido na corrida
do tempo,
entre as estrias de um suspiro
e de um beijo.
Se falho em perguntar,
falho pela minha ansiedade,
pois se você é você,
cheia de graça e harmonia,
mulher de dois mundos,
e com o poder dos deuses,
para desazer e compor,
então, volta para
meu corpo
pois ele dorme lento
de paixões
e finura de esperanças.
E que um dia bata na minha
porta
e diga:
meu senhor:
sou sua aventura,
seu agasalho.
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