Uma noite de setembro
Um cachorro preto, nossa casa ronda
Perdido? Abandonado? Não lembro...
Insistente, volta de novo e sonda
Certa vez resolve vir na hora do almoço
Manso, com olhar dócil e pidão
Conquista logo a família
Que providencia água e ração
- Será que tem dono
- Oh... é tão bonzinho...
- Não briga, não morde
- Nem em casa entra...
- E você Milena, quer?
- Quero
- Dou vacina, remédio e shampoo
- Topo
Banho tomado e tudo o mais feito
Está claro que foi acolhido
Pegou nosso coração de jeito
Ele escolheu e foi escolhido
Um dia da escada acabou caindo
Machucou, mas logo ficou curado
Lá, nunca mais foi visto subindo
Cá, já estava todo adaptado
Faz coro com os outros no latir
Aparece na hora das refeições
Nos segue sempre a sorrir
Depois ruma para as diversões
Pretinho vem quando quer
Às vezes custa a voltar
Mas já não é um cachorro qualquer
O nosso amor está a conquistar.
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