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VIDA DE DONA DE CASA
Deborah Valente Borba Douglas

VIDA DE DONA DE CASA

Acordei cedo hoje. Isso acontece sempre. Se não é o despertador que me acorda, então é minha gata carente que não pode comer a primeira refeição sem a minha presença. Retrato tudo isso porque hoje é domingo e são 6:00 horas da manhã.
Te parece cansativo? Eu nem comecei.
Depois de um breve café da manhã, em pé, pois não dá tempo de sentar e saborear o leite tingido de preto, com seu aroma e sabor suculentos, que descem de uma vez só até a boca do estômago, mas que o cérebro não processa, pois está pensando nos afazeres do dia.
A roupa está de molho desde o dia anterior. Está na hora de lavá-la. Enquanto a roupa bate na velha e barulhenta máquina de lavar, olho para a pia e vejo vestígios do meu cansaço de ontem à noite. Está toda a louça do jantar para lavar. Porém, antes de começar, a padaria me espera com seu pãozinho quente. Para mim? Não. Para o meu filho e meu marido que precisam sair.
De volta a casa, a roupa ainda exige cuidados. Ah! Esqueci de limpar a areia da gata e trocar a água do cachorro. E a louça está lá! Mas a preparação da refeição matinal da minha família vem primeiro. Tudo preparado. Acordam, comem, conversam e se vão. Olho para a pia novamente. Extraordinário! A louça se multiplica em PG. Juntou a da janta com a do café da manhã. E eu continuo olhando para ela. Hora da roupa ir para o varal. Mas eis que, ao pendurar uma calça jeans, a cordinha que sustentava o varal não agüentou e se rompeu. Você não imagina como fiquei feliz! Tira-se toda a roupa e parte-se para serviço de homem (isto é como dizem os antigos. Hoje em dia todo mundo faz tudo. Será?). Tudo consertado e a “famosa” roupa no varal.
Já são 11:00 horas e penso nos quartos. Existem as camas para arrumar. Olho de novo a pia e lá está ela. Cheia, repleta, borbulhando de louça suja. Mas um dia eu chego até aí. Camas arrumadas. No meio do caminho do quarto para a cozinha, ainda passo no banheiro para trocar o lixo do cestinho e dar uma limpada na privada.
Finalmente cheguei à louça. Olho com olhar de desdém. E ela continua me esperando. Quando decido desabafar com você, seja homem ou mulher, que seja qualquer criatura que possa compreender que dona de casa não tem muito descanso, não tem salário, não tem férias e ainda se exige um sorriso no rosto e um bom humor exuberante, de manhã até a noite, principalmente à noite (já sabem o que quis dizer, né?). Quem sabe, falando com você como estou fazendo agora, tenha mais força para continuar o dia, já que este é só metade de um domingo. Qualquer dia te conto como é no meio da semana, ou você nem quer saber?
Pronto, já desabafei. Escrever não deixa de ser um trabalho, já que vivo disso também. Mas o prazer é maior, porque tenho você por perto e isso me faz crer que tua vida pode não ser igual, mas que a minha, você vai entender.
Me desculpe, tenho que parar. Lembra da louça? Ainda está lá pra lavar. Aqui vou eu!


Biografia:
Nascida na cidade de São Paulo em 1961, numa terça-feira, logo que rompeu a madrugada. Formada em odontologia em 1985, trabalhei por 13 anos como dentista, encerrando a carreira por decepção. Em 2000 fiz curso técnico em Turismo e atuei na área por pouco tempo. Optei pela carreira de mãe, esposa e dona de casa, agregando a isso a paixão pela escrita que carregava desde a adolescência. Comecei a escrever algumas crônicas e poesias para o site somos todos um e optei pela última como expressão da minha verdade. Não parei mais até os dias de hoje.
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