Login
E-mail
Senha
|Esqueceu a senha?|

  Editora


www.komedi.com.br
tel.:(19)3234.4864
 
  Texto selecionado
INVERNO, A HIBERNAÇÃO DA ALMA
Eliana da Silva

Resumo:
O texto conta dos desafios apresentados à humanidade, povo sertanejo, dado ao advento da pandemia pelo COVID-19. Por outro lado, procura trazer à tona o revisitar das atitudes e valores humanos necessários ao enfrentamento da ameaça emergente.

Pra quem, assim como eu, vive no sertão
Sabe que inverno num é coisa natural
Dá até pra contar nos dedos, quantas vezes por aqui passou
Essa estação em ano atemporal.

O ano é 2020 e, num que é que invernou?
A chuva esverdeou a paisagem, com todo o seu fulgor
Encheu de esperança o sertão
Trouxe fartura, o pão, e muita alegria causou.

Nunca entendi dos bichos que vivem a hibernar
Contam dos ursos, à espera do momento que vai passar
O momento é o inverno, inertes estão
O que justifica tamanha incursão?

O inverno desse ano trouxe um acompanhante
Não veio sozinho ou com as companhias de antes
Trouxe até nós aquilo que chamo missão
Uma oportunidade de refazer os passos, de limpar o chão.

O chão onde pisamos, nossa sustentação
Que nos fornece alimento, morada, proteção
O chão massacrado pelo egoísmo lavado, sem qualquer empatia
É a ação humana devastadora, voraz e fria.

Também aqui no sertão é possível ver
O chão pedindo socorro, a se debater
É muita alma aflita, tomada de superficialidade
É muita ação banal, sem qualquer afetividade.

O chão é a alma da gente
É cada um de nós, pessoa descontente
Repleta de vícios que nos impedem a visão
Sufocando o amor, sem qualquer comoção.

O chão está doente, o inverno a nos lembrar
O ser humano carente
O meio sofrente
Hora de hibernar

O bicho humano num entende
É resistente, teimoso, desobediente
Empatia, galinha com dente
Alteridade, coisa inexistente.

Do chamado a missão? Pois bem, vamos lá
A incursão começa com um vírus a se alastrar
É um companheiro não grato, o tal pelo inverno trazido
Não fosse sua crueldade primorosa, ainda é invisível.

De tudo agora devo me destituir
De cada máscara, de toda insensibilidade estarei a me despir
Ao menos assim deveria ser
A julgar pela fragilidade que ronda o meu ser.


Biografia:
Atendo pelo nome Eliana da Silva, professora desde que me entendo por gente.Não nascida mas, criada, sertaneja das Alagoas. Mãe de Lisa Maria e Hilary Silva. Temente e adoradora a Deus, grata a Virgem Maria.
Número de vezes que este texto foi lido: 52913


Outros títulos do mesmo autor

Poesias ENSINAÇÕES DO PADECER Eliana da Silva
Poesias DA FALSIDADE Eliana da Silva
Poesias TEAR DE SENTIMENTOS Eliana da Silva
Poesias CHUVA, O REAVIVAR DA ESPERANÇA Eliana da Silva
Poesias OURO AMORES Eliana da Silva
Poesias ENCONTRO DE ALMAS GENTIS Eliana da Silva
Poesias INVERNO, A HIBERNAÇÃO DA ALMA Eliana da Silva
Poesias TEM FESTA QUE MEXE COM A ALMA DA GENTE Eliana da Silva

Páginas: Primeira Anterior

Publicações de número 11 até 18 de um total de 18.


escrita@komedi.com.br © 2024
 
  Textos mais lidos
Cansei de modinha - Roberto Queiroz 53972 Visitas
O Senhor dos Sonhos - Sérgio Vale 53968 Visitas
Amores! - 53952 Visitas
Saudações Evangélicas (Romanos 16) - Silvio Dutra 53944 Visitas
Novidade no Céu - Teresa Vignoli 53924 Visitas
Desabafo - 53914 Visitas
Jornada pela falha - José Raphael Daher 53914 Visitas
A menina e o desenho - 53840 Visitas
sei quem sou? - 53817 Visitas
FLORES E ESPINHOS - Tércio Sthal 53811 Visitas

Páginas: Primeira Anterior Próxima Última