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Um corpo estendido no chão.
Antonio Magnani


Tá lá um corpo estendido no chão, é , em vez de musica, a dura realidade de todos os dias. O fato já se tornou tão comum que não impressiona mais ninguém. São milhares os corpos estendidos, alguns sem possibilidade de se reerguerem e retornarem à vida normal, sua destruição foi completa, a esses restarão apenas os vermes e a campa.
Mesmo assim ainda há centenas de corpo que se estendem diariamente, quase todos vítimas da injustiça do mundo em que vivemos. A esses não basta apenas a mão amiga que os recolha e os faça reconquistar a confiança em si próprios, dando-lhes tudo gratuitamente. A verdadeira ajuda a esses maltratados pelo sistema seria o de dar-lhes reais condições, isto é, em vez da mão estendida fazer com eles se sentissem capazes de reagir sozinhos ao mundo que os tenta destruir. A pura prática de fraternidade não é suficiente para reerguer esses fantasmas com função humana.
Eles necessitam, agora, de adquirir nova armas para enfrentar o mundo que os rodeia e os destrói. Em vez de promessas de recompensas vindouras, num mundo utópico, dê lhes armas para destruírem os seus opressores, em vez de misantropia dê-lhes ideias porque se possam bater, em vez de sonhos vãos dê-lhes uma realidade justa e vereis que os corpos estendido no chão irão se erguer e cobrar seus direitos.
O homem, hoje, é o animal mais indócil de ser dominado, não porque se acredite mais na humanidade, mas porque o sistema económico exige que cada um se preocupe apenas com seus problemas e mande todo o resto para o inferno. Mas para alguns é impossível calar ante todas as atrocidades que são observadas diariamente e isso nos leva a gritar contra tudo e todos, mas nós e as vozes são caladas e suprimidas pelo troar dos canhões e pelas balas do opressor. Falar, hoje em dia, é uma temeridade e, ser realista e justo, um mal que pode fazer o elemento defrontar-se a assassinos profissionais e ver se estendido no chão como um animal pernicioso que deve ser abatido.
Um dia, todos os corpos estendidos no chão se erguerão e, unidos por um ideal mais forte que o medo à opressão, dar-se-ão as mãos e gritarão: "Hasta Victória" e tudo se calará frente à sua força e determinação: No final restará apenas um corpo estendido no chão, o corpo daquele que oprimiu em nome de seus interesses, conspurcou em interesses de seus patrões e matou para garantir suas ideias falsas e mesquinhas.
E, em meio da multidão dos renascidos, haverá apenas um corpo estendido no chão, o o corpo do crápula que sem ser Fausto vendeu-se ao diabo do domínio estrangeiro . E quem sabe um dia todos nós estaremos falando mandarim.

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