Enquanto estavamos no colégio interno minha mãe trabalhava, como esteticista, maquiadora foi uma das primeiras em SP. Quando podia ia nos visitar. Foram anos dolorosos, quase nove anos . Mas nem tudo era ruim. Aprendemos a bordar, fazer croche, rezar muito. A abaixar a cabeça quando um adulto falava. Enfim quando sai estava com 13 anos.
Muito tímida, medrosa, e introspectiva. Eu pouco me comunicava. Fomos morar em um cortiço na Alameda Santos em SP. Um lugar fedido e feio, cheio de pulgas.. Mal tínhamos comida. Mas ganhamos uma bolsa de estudos em uma escola muito boa, fora de nossa realidade. Eu não tinha roupas nem sapatos bonitos e isso me envergonhava, não podia levar ninguem em casa pois era só um quartinho em um cortiço. Logo entrei para um grupo de jovens da igreja local. Me refugiava na religião, onde sentiaa paz e aceitação.
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