A ave se despede do galho, onde pousou, sem nenhuma reverência. São tantos em sua vida que impossível seria recordar-se de todos. E, naturalmente, isso de nada valeria, a não ser para o galho que se sentiria honrado por tê-la suportado.
Seremos nós como essas aves, que nos perdemos em tantos abraços, que nos aqueceram e que talvez nos esqueceram ? E esquecidos estamos nós de quem nos amparou em momentos de euforia ou de tristeza... essa nos parecia irreparável.
Sem remédio foram nossas despedidas, porque o tempo tudo leva e o que nos espera é a incerteza, é o obscuro das esquinas, é a pergunta cotidiana “ o que será que vai acontecer?”
Dizem que a ave sempre volta ao seu primeiro ninho. Não tenho esse problema, só tive um. E volto a ele, na lembrança, sempre que quero homenagear meus momentos, que se não foram brilhantes aos olhos dos demais, sem dúvida alguma me presentearam com a glória de amar.
Rio, 11/06/2019
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