Lírio de três véus,
lírio do amanhã,
que sugere
o amor de sua vez.
Lírio que amadurece,
ao posto-vento
que redemoinha
por entre a vida,
e faz dela
um perpétuo
jaz de lembranças.
Jardim que a abriga,
sem justos e sem
fundamento:
lá, adquire o sentido de mulher
ao fogar do sol,
quando serena à noite pálida.
E ela caminha
por entre espinhos
que não calam
e desorientam,
mas não refuga o próximo
a visão do mar,
a festa de nove meses,
a reserva de amor.
Sem segurança,
rodopia por entre os dedos,
sem apartes,
e divide seu coração
com os mendigos.
Mas não mais adianta
voltar,
não mais adianta
seguir.
Os pêndulos da vida
já a marcaram
como zozinha
das horas.
E por mais que faça
já não mais ela,
é outro círculo que
a faz.
E numa bela manhã
de descobertas
avulsas, percebe,
indecisa, que o chegar
às vezes dói mais
do que o ficar.
E se é lírio
morre cedo!
Só pensando no grande
amor
que passou perto como
o vento de ontem !
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